Forças israelenses intensificaram os ataques aéreos e terrestres contra Gaza nesta quinta-feira (10), matando pelo menos 82 palestinos em todo o território sitiado em 24 horas. Os dados são do Ministério da Saúde do enclave. A matança ocorre no mesmo dia em que o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou aceitar trégua nos bombardeios, mas condicionou o fim permanentemente do genocídio à extinção política e militar do Hamas.
Netanyahu disse em Washington que Israel está disposto a realizar um cessar-fogo temporário de 60 dias e começar a negociar o fim permanente da guerra, mas colocou “requisitos mínimos” para que encerrar as agressões a Gaza.
“No início desse cessar-fogo, iniciaremos negociações para pôr fim à guerra de forma permanente”, afirmou o primeiro-ministro israelense em uma mensagem em vídeo gravada em Washington nesta quinta-feira. Ele destacou que as “condições fundamentais” de Israel são que “o Hamas depusesse as armas” e deixasse de ter “capacidade de governo ou militar”.
“Se isso puder ser alcançado por meio de negociações, excelente. Se não for possível alcançar por meio de negociações dentro de 60 dias, conseguiremos por outros meios, utilizando a força, a força do nosso heroico exército”, afirmou.
Delegações de Israel e do Hamas iniciaram no domingo diálogos indiretos em Doha para tentar chegar a um acordo sobre um cessar-fogo temporário na guerra deflagrada iniciado em 7 de outubro de 2023. O enviado dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff, propôs um cessar-fogo de 60 dias em troca da libertação de metade dos 20 prisioneiros vivos que ainda permanecem em Gaza, disse Netanyahu.
Na Faixa de Gaza, ao menos 57.600 palestinos, em sua maioria mulheres e crianças, já morreram na campanha militar lançada por Israel, dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, considerados confiáveis pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Comida
A União Europeia e Israel chegaram a um acordo para expandir a distribuição de ajuda humanitária diretamente à população na Faixa de Gaza. O acordo inclui aumentar o tráfego diário de caminhões com alimentos e itens não alimentícios, abrir mais pontos de travessia e retomar o fornecimento de combustível para instalações humanitárias.
A UE está pronta para coordenar a implementação com agências da ONU e ONGs. O bloco europeu também debate internamente a suspensão do acordo de associação com Israel devido a preocupações com os direitos humanos, mas há divergências entre os países membros.