‘Um partido para chamar de seu’. Essa pode ser a definição da filiação do deputado estadual Requião Filho, e do seu pai, o ex-governador Roberto Requião, ao PDT. O casamento foi selado em Brasília após um divórcio nada amigável com o PT do Paraná.
Requião pai, sem mandato, saiu antes, concorrendo à Prefeitura de Curitiba pelo desconhecido ‘Mobiliza’ (PMN). Já Requião Filho teve que aguardar mais. Eleito pelo PT, se mudasse de partido fora da janela permitida, perderia o mandato.
A celebração da filiação dos Requiões ocorre em um momento de baixa do PDT. A crise gerada pela corrupção no INSS levou à demissão de Carlos Lupi, presidente nacional da sigla, do Ministério da Previdência Social. Em retaliação, o PDT deixou a base do governo e tem votado conjuntamente com a extrema-direita em pautas como o IOF e, recentemente, o PL da Devastação. Postura que afasta o partido de uma militância de esquerda.
Outro problema para o PDT do Paraná é a baixa densidade eleitoral. O partido tem apenas cinco prefeituras, elegeu apenas um deputado estadual (dobra a quantidade agora com a migração de Requião Filho) e não tem deputado federal.
Os desafios são grandes para o clã Requião. Por outro lado, no momento, contam com um bom cenário nas pesquisas. Requião Filho aparece em segundo nas projeções para o governo do estado, atrás do senador Sergio Moro, e bem à frente de qualquer candidato de Ratinho Junior.
A questão que se coloca diante de Requião Filho é de como crescer entre o bolsonarismo/ratismo, o lava jatismo e o petismo. É uma tarefa grande, mas que filho e pai estão dispostos a enfrentar.
*Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.