O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT da Câmara, afirmou que a revogação do visto estadunidense do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes é uma “retaliação explícita às decisões da Justiça brasileira”. A medida foi anunciada pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, na noite desta sexta-feira (18).
Segundo Farias, a proibição da entrada do ministro, de seus familiares e de “aliados do tribunal” país norte-americano é uma “tentativa de interferência” na soberania brasileira.
“É uma tentativa de constranger magistrados e interferir indevidamente em nossa soberania. Um ato inaceitável de agressão a um Poder da República”, escreveu em publicação nas redes sociais.
O deputado federal acrescenta que a aliança entre o “bolsonarismo e o trumpismo ultrapassou todos os limites”. “Transformaram um processo penal legítimo em chantagem diplomática. O Brasil não se curvará. Defenderemos nossas instituições, nossa democracia e nossa soberania!”, afirmou.
Eduardo Bolsonaro comemora retaliação
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) agradeceu a Donald Trump após o anúncio da suspensão do visto de Moraes e disse que “tem muito mais por vir”.
“Eu não posso ver meu pai e agora tem autoridade brasileira que não poderá ver seus familiares nos EUA também —ou quem sabe até perderão seus vistos. Eis o CUSTO MORAES para quem sustenta o regime. De garantido só posso falar uma coisa: tem muito mais por vir!”, escreveu na rede social X.
Suspensão de visto após operação da PF
O anúncio de proibição da entrada de Moraes, familiares e “aliados” nos EUA foi divulgado na noite desta sexta-feira após a operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, realizada pela manhã
Como parte das medidas cautelares autorizadas pelo ministro do STF, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), Bolsonaro, investigado por tentativa de golpe de Estado, terá de usar tornozeleira eletrônica. Além do monitoramento, o ex-presidente também está impedido de usar redes sociais e de se aproximar de embaixadas e consulados estrangeiros, para evitar uma possível fuga do país.
A decisão de Moraes aponta que Jair e Eduardo Bolsonaro atentaram contra a soberania do país por meio de ações para pressionar o Judiciário com apoio internacional.
