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LUTA POLÍTICA

Protagonismos, resistência e celebração: o 25 de julho como marco político do afrofeminismo na Paraíba

O 25 de julho é um convite à reflexão sobre o papel das mulheres negras na construção do Brasil

25.jul.2025 às 08h46
JOÃO PESSOA (PB)
Rayssa Andrade Carvalho
Protagonismos, resistência e celebração: o 25 de julho como marco político do afrofeminismo na Paraíba

2º Encontro de Mulheres Negras na Paraíba, em março de 2025 - Foto: Carla Batista

Em meu primeiro artigo acadêmico, publicado em 2011, realizei o mapeamento das organizações, criadas de 1978 a 2011, que compunham o Movimento de Mulheres Negras no Brasil, e no título fiz alusão à frase “Nossos passos vêm de longe!” – popularizada pela ativista negra Jurema Werneck –, para expressar a ancestralidade da resistência e da luta política das mulheres negras brasileiras. Uma trajetória de enfrentamento ao racismo, ao sexismo e à exclusão social, marcada pelo protagonismo, organização política e por importantes conquistas.

O dia 25 de julho, instituído como o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e, no Brasil, como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, é um dos marcos que representa a luta contemporânea e celebra a força ancestral dessas mulheres. Na Paraíba, organizações como a Bamidelê – Organização de Mulheres Negras, que atuou institucionalmente de 2001 a 2021, e a Abayomi – Coletiva de Mulheres Negras na Paraíba foram e têm sido fundamentais para visibilizar e fortalecer essa pauta.

A data foi estabelecida em 1992, durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Caribenhas, na República Dominicana, demarcando a ação política das mulheres negras. No Brasil, o 25 de julho foi incorporado ao calendário de lutas do movimento afrofeminista, destacando-se como um momento de reflexão, reivindicação e celebração. Em 2014, a Lei nº 12.987 consolidou a data nacionalmente, homenageando Tereza de Benguela, líder quilombola que resistiu bravamente à escravidão no século 18.

Na Paraíba, a Bamidelê abraçou essa data como uma estratégia política de visibilização das reivindicações das mulheres negras. Desde suas primeiras celebrações, ainda no final dos anos 1990, até os grandes eventos públicos realizados nas vias da cidade de João Pessoa, o 25 de julho ganhou proporções cada vez maiores. A organização não apenas promoveu encontros e seminários, mas também criou espaços para que as mulheres negras expressassem suas demandas e fortalecessem suas identidades.

Em 2015, mulheres negras da Paraíba estiveram presentes na1ª Marcha das Mulheres Negras, em Brasília (DF) | Foto: Acervo/Abayomi-PB

Assim, as comemorações do 25 de julho na Paraíba, que no seu inaugurar eram eventos pontuais e com caráter festivo, transformaram-se em parte de uma agenda ampliada, de maior dimensão e importância política, atualmente, como o Julho das Pretas. Essa iniciativa, inspirada no trabalho do Odara – Instituto da Mulher Negra da Bahia, passou a englobar atividades durante todo o mês, integrando-se às ações da Rede de Mulheres Negras do Nordeste, criada em 2013.

No contexto da mobilização para a 1ª Marcha Nacional das Mulheres Negras, nos anos de 2014 e 2015, a Bamidelê ampliou o alcance das ações, culminando no 1º Encontro Estadual de Mulheres Negras na Paraíba. Em 2016, com a criação da Abayomi houve a consolidação do Julho das Pretas, evidenciando o fortalecimento do movimento com atividades culturais, políticas e educacionais realizadas em todo o estado.

1º Encontro Estadual de Mulheres Negras na Paraíba | Foto: Acervo/Abayomi-PB

Nos últimos anos (2023–2025), o Movimento de Mulheres Negras no Nordeste e na Paraíba manteve o 25 de julho como um eixo central de luta, expandindo as ações do Julho das Pretas para todo o mês. Com atividades que vão desde debates sobre racismo institucional até celebrações culturais e homenagens, a coletiva Abayomi reforça a resistência afrofeminista no estado, especialmente em um contexto de aumento da violência contra as mulheres negras.

Comitê impulsor de Campina Grande, no 2º Encontro de Mulheres Negras na Paraíba, que ocorreu em março deste ano | Foto: Carla Batista

Em 2024, na programação dos 30 anos de instituição da data, a Abayomi realizou a 6ª edição do Buyìn Dudu: recontando nossas histórias, evento de entrega de honrarias a mulheres que se destacam na luta antirracista do estado, que abriu a agenda da 26ª edição do 25 de julho na Paraíba e da 12ª edição do Julho das Pretas, também aconteceram rodas de diálogo presenciais e virtuais, programação em podcast e encontro de mulheres. Neste ano comemora-se a 27ª edição do 25 de julho na Paraíba e do 13º Julho das Pretas.

6ª edição do Buyìn Dudu. Foram homenageadas: Mãe Renilda (Ialorixá), Graça Silva (professora), Maisa Félix (delegada), Elza Ursulino (quilombola) e Norma Góes (atriz) | Foto: Malu Rolim

Como afirmou Maria José, integrante fundadora da Bamidelê, em entrevista concedida para elaboração do e-book de comemoração dos 20 anos de atuação da organização, no ano de 2020: “Cada vez que você vai reivindicar algo, é fazer política.” Essa frase sintetiza a essência do 25 de julho. A data não é apenas simbólica; é um chamado à ação. As mulheres negras paraibanas, por meio de seus protagonismos e resistência, têm mostrado que é possível transformar realidades, combater o racismo e o sexismo, e construir um futuro com mais justiça social e pelo bem viver.

O protagonismo dessas mulheres está presente em cada marcha, em cada debate, em cada campanha que desafia estereótipos e exige reparação e direitos. Suas histórias, por tantas vezes invisibilizadas, são parte fundamental da narrativa brasileira. O dia 25 de julho é mais que uma data no calendário; é um símbolo de resistência e um convite à reflexão sobre o papel das mulheres negras na construção do Brasil.

Na Paraíba, o movimento de mulheres negras tem mostrado que a união e a mobilização são ferramentas poderosas para mudar a sociedade. Enquanto houver desigualdade, haverá luta. E enquanto houver luta, as mulheres negras seguirão na linha de frente, escrevendo sua história com coragem e determinação.

*Rayssa Andrade Carvalho é professora da rede pública municipal de ensino de Santa Rita (PB), historiadora, advogada e pesquisadora da história das mulheres negras brasileiras e paraibanas.

**Este é um artigo de opinião e não necessariamente representa a linha editorial do Brasil de Fato.

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Editado por: Carolina Ferreira
Tags: 25 de julhobem vivermulheres negras
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