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O encontro nacional do PT e o desafio da unidade para combater a extrema direita

Um dia ainda veremos esse mundo virado em festa, trabalho e pão

Por Gleisa Campigotto*

Nos dias 1º, 2 e 3 de agosto de 2025, será realizado o 17º Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores, com a participação de mil delegados e delegadas eleitos no Processo de Eleições Diretas (PED), ocorrido em 6 de julho. A militância petista em todo o país se mobilizou intensamente para o PED, reafirmando o compromisso histórico do PT com a democracia interna. O Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras é o único no Brasil que realiza consulta direta à base para a escolha de seus dirigentes — prática adotada desde 2001, que expressa a força da militância e a centralidade da construção coletiva em seu projeto político.

Este foi o maior PED da história do partido, com a participação de 548 mil militantes em todo o país. Foram eleitos o novo presidente nacional, os presidentes estaduais e municipais, além dos diretórios nacional, estaduais, municipais e zonais. A nova direção tomará posse durante o Encontro Nacional, em Brasília.

O novo presidente nacional eleito, Edson Antonio da Silva, o companheiro Edinho, filiado ao PT desde 1985. Ex-prefeito de Araraquara por três mandatos, também foi vereador, deputado estadual, ministro do governo Dilma Rousseff e presidente estadual do PT em São Paulo. Entre os principais desafios da nova direção estão as eleições de 2026 e a recondução do presidente Lula ao Palácio do Planalto, por meio de uma frente ampla — sem abrir mão dos objetivos estratégicos de transformação social e política do país. Também é prioridade ampliar a bancada no Congresso Nacional, fortalecendo a governabilidade e a capacidade de avanço das políticas públicas.

Nos cenários estaduais, o PT atualmente governa quatro estados. É pouco provável que esse número se amplie em 2026, considerando a tática de priorizar alianças estratégicas para garantir a vitória nacional. Ainda assim, é preciso consolidar e ampliar a presença do partido nas disputas locais, especialmente nos estados e municípios em que há base social acumulada.

Outro desafio central e urgente é o fortalecimento da relação entre Partido e Governo. Como transformar uma aliança democrática — possível e necessária — entre partidos de esquerda e organizações sociais em um amplo movimento popular? Como construir uma maioria social e política que ultrapasse os limites da institucionalidade e envolva milhões de pessoas comuns, que acreditam em um Brasil democrático, soberano e justo?

Essa tarefa cabe a cada militante comprometido com a transformação da sociedade. É preciso intensificar o trabalho de base, fortalecer o enraizamento do PT nos territórios, disputar a consciência do povo frente à escalada da extrema direita, e garantir que as políticas públicas do governo cheguem a quem mais precisa — mudando, de fato, a vida do nosso povo.

Um dia ainda veremos esse mundo virado em festa, trabalho e pão.

*Gleisa Campigotto é militante do Movimento Brasil Popular.

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