Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • Nacional
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • |
  • Cultura
  • Opinião
  • Esportes
  • Cidades
  • Política
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Direitos Direitos Humanos

AGOSTO LILÁS

Feminicídios no RS expõem fragilidade da rede pública, apontam deputadas

Visitas técnicas da comissão externa da Câmara dos Deputados revelam desafios na rede de proteção

01.ago.2025 às 16h28
Porto Alegre (RS)
Fabiana Reinholz
Feminicídios no RS expõem fragilidade da rede pública, apontam deputadas

A partir de agosto, a Comissão Externa da Câmara dos Deputados sobre Feminicídios fará imersão no interior do estado - Foto: Marcella Trindade / AscomMR

Desde sua instalação em maio, a Comissão Externa da Câmara dos Deputados sobre Feminicídios no Rio Grande do Sul tem percorrido instituições e territórios para escutar especialistas, gestoras e movimentos de mulheres. As visitas revelam um retrato preocupante: ausência de políticas preventivas, desarticulação entre os órgãos públicos e graves falhas na proteção de vítimas. Para as deputadas, sem estrutura e orçamento, a vida das mulheres segue em risco.

A deputada Fernanda Melchionna (Psol), coordenadora da comissão, destacou que foram visitados órgãos como Ministério Público, Polícia Civil, Patrulha Maria da Penha, Tribunal de Contas, Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres e o Centro Estadual de Referência da Mulher Vânia Araújo Machado.

“Todas as visitas foram importantes para entender como cada órgão atua na rede de proteção à mulher, quais as debilidades, gargalos e seu impacto”, afirmou. A comissão estuda propor medidas concretas. “Na Patrulha Maria da Penha, por exemplo, soubemos que nenhum monitorado por tornozeleira eletrônica voltou a agredir. Podemos pensar em tornar o uso da tornozeleira regra para agressores, não exceção”, exemplificou.

Para Melchionna, o combate ao feminicídio exige ação integrada: “É fundamental que os órgãos trabalhem em rede, pois o feminicídio se combate em rede!”. Ela chamou atenção para o desmonte da rede de proteção nos últimos anos. “A Secretaria da Mulher do RS foi extinta em 2015 e só retomada este ano por pressão das mulheres diante dos números bárbaros de feminicídios.” Há incertezas sobre estrutura e orçamento da pasta, comprometendo sua efetividade. “A vida das mulheres precisa ser prioridade também no orçamento público”, enfatizou.

Instalada no dia 28 de maio, a comissão tem como relatora a deputada Maria do Rosário (PT) e como subcoordenadoras as deputadas Any Ortiz (Cidadania), Daiana Santos (PCdoB), Denise Pessôa (PT) e Franciane Bayer (Republicanos). Além das visitas, já foram realizadas reuniões com movimentos sociais e pesquisadoras.

Dados alarmantes mostram avanço dos feminicídios

Melchionna alertou para dados preocupantes do Atlas da Violência. “O RS tem alguns dos piores índices no Brasil e lidera em feminicídios com medidas protetivas ativas.” São apenas 23 delegacias especializadas para 497 municípios; 70% das cidades gaúchas não têm equipamento público para vítimas. “A partir de agosto, a comissão fará imersão no Interior para entender a realidade regional.”

Em 2024, o Brasil registrou 1.492 feminicídios, segundo o 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Das vítimas, 63,6% eram negras, 70,5% tinham entre 18 e 44 anos, e 64,3% foram assassinadas dentro de casa. No RS, ocorreram 72 feminicídios; 14 vítimas contavam com proteção judicial.

“Na Patrulha Maria da Penha, por exemplo, soubemos que nenhum monitorado por tornozeleira eletrônica voltou a agredir”, comenta Fernanda Melchionna – Foto: Renata Carvalho

Panorama da rede pública e ausência de políticas preventivas

Rosário afirmou que o panorama inicial, a partir das escutas com movimentos e especialistas, revela insuficiência dos serviços e políticas públicas, escassez de recursos humanos e materiais. Há falta de transparência na aplicação do Fundo Nacional de Segurança Pública e ausência de recursos estaduais. “Se falamos em redes, como na Lei Maria da Penha, esta hoje está desarticulada, sem normas, protocolos e fluxos.”

A relatora destacou a ausência de políticas preventivas primárias, como campanhas ou inclusão nos currículos escolares. “Sem elas, violência e feminicídio deixam de ser evitáveis.” Ela afirmou que, sem ações preventivas, “a violência e a morte tornam-se destino inexorável” no estado que mais descumpre medidas protetivas de urgência, segundo o Fórum Nacional de Segurança Pública.

Mobilização política e cenário dramático da violência

A deputada Denise Pessôa (PT) lembrou que a comissão foi criada após articulação das deputadas gaúchas junto ao Ministério da Justiça, após os feminicídios da Páscoa. O plano combina escuta qualificada, articulação institucional e observação em campo, com visitas técnicas a instituições como Ministério Público e Defensoria Pública. Ela celebrou a reabertura da Secretaria de Políticas para Mulheres do RS como fruto da mobilização, mas alertou: “É preciso garantir estrutura, orçamento e compromisso com a vida das mulheres”.

Indagada sobre o cenário de violência de gênero no estado a parlamentar avaliou o cenário como dramático. “No primeiro semestre de 2025, tivemos dezenas de assassinatos de mulheres, muitos com sinais de extrema violência.” Pessôa também indicou limitações da rede: delegacias especializadas com efetivo insuficiente, sem atendimento 24h, e precariedade nas delegacias comuns.

Por fim criticou a falta de articulação e recursos para efetivar medidas. “Mesmo medidas protetivas e tornozeleiras carecem de monitoramento eficaz. O resultado é um cenário de fragilidade, onde a mulher denuncia, busca ajuda e ainda assim é assassinada.” Para ela, o Estado falha em prevenção, acolhimento, proteção e responsabilização, impactando mais mulheres negras, periféricas, indígenas, quilombolas e migrantes. “Não queremos mais relatórios, queremos que nenhuma mulher seja assassinada por ser mulher”, concluiu.

As visitas foram acompanhadas por parlamentares gaúchas e representantes de movimentos sociais – Foto: Renata Carvalho

Escuta nos territórios e fortalecimento da rede

A deputada Daiana Santos (PCdoB) destacou que as visitas são fundamentais para levantar informações nos territórios e escutar quem está na linha de frente do atendimento. “Mesmo que nem todas as visitas tenham sido acompanhadas por nossa equipe, elas ajudaram a identificar desafios estruturais, lacunas no atendimento e necessidades locais”, explicou. Os encontros também ampliaram o diálogo com gestoras e trabalhadores da segurança, saúde e assistência social, fortalecendo o diagnóstico final.

Sobre equipamentos públicos, Santos apontou fragilidades como insuficiência de equipes e estruturas inadequadas, especialmente nas Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams). Contudo, ressaltou o comprometimento dos profissionais que desenvolvem experiências importantes apesar das limitações. “Queremos contribuir com propostas para fortalecer a rede de proteção à vida das mulheres no estado.”

Para a deputada, a criação da comissão e a campanha Feminicídio Zero são passos importantes, mas é preciso garantir ações estruturantes e intersetoriais. “É fundamental que as políticas públicas saiam do papel e cheguem efetivamente às mulheres, com prevenção, proteção e justiça.”

No dia 7 de julho, a comissão apresentou plano de enfrentamento ao feminicídio ao governador Eduardo Leite (PSD). Na ocasião, Leite destacou o compromisso da gestão com a redução dos índices de violência de gênero. Ele afirmou que o trabalho da comissão será fundamental para qualificar as ações já em curso. O relatório da comissão deve ser apresentando em novembro.

Editado por: Katia Marko
Tags: feminicídiorio grande do sulvida das mulheres
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Notícias relacionadas

Vida das Mulheres

Comissão da Câmara apresenta plano de enfrentamento ao feminicídio a Eduardo Leite

FIM DO FEMINICÍDIO

Comissão externa aprova criação de um comitê técnico com pesquisadoras para pensar políticas públicas

Vida das Mulheres

Comissão da Câmara dos Deputados para combater feminicídios no RS realiza primeira reunião

Veja mais

MOBILIZAÇÃO NAS RUAS

Ato em Porto Alegre defende soberania do Brasil e condena interferência dos EUA

Panos quentes

Brasil contorna taxas da Venezuela e consegue apaziguar chance de novas tarifas

Ofensiva da direita

STF protagoniza defesa da democracia diante de pressões internas e externas, diz especialista

JUSTIÇA TRIBUTÁRIA

Taxar os super-ricos é garantir justiça tributária aos trabalhadores do campo e da cidade

RELEITURA

Peça clássica de Plínio Marcos, Navalha na Carne ganha nova montagem com foco na violência de gênero

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
  • Bem Viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevistas
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.