Um dos garimpeiros ilegais que atacaram um grupo de servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Polícia Civil de Goiás, nesta sexta-feira (1º), veio a óbito. Ele foi baleado após os servidores públicos reagirem ao ataque sofrido durante operação de fiscalização a veículos usados no garimpo ilegal, em estrada localizada dentro da Terra Indígena (TI) Sararé, em Mato Grosso.
Durante a abordagem, uma caminhonete avançou contra os agentes, que reagiram. Um dos ocupantes foi baleado e recebeu os primeiros socorros da equipe do Ibama ainda no local. Ele chegou a ser transportado de helicóptero para Pontes e Lacerda (MT), onde recebeu atendimento médico, mas sofreu uma parada cardiorrespiratória. Apesar das tentativas contínuas de reanimação, não resistiu.
Com 67 mil hectares e habitada pelo povo Nambiquara, a Terra Indígena Sararé é uma das mais impactadas pelo garimpo ilegal no país. Segundo a plataforma Brasil Mais, até junho deste ano, foram registrados 1.436 alertas de garimpo que resultaram na destruição de 599 hectares.
Estima-se que cerca de 2 mil hectares já foram devastados por grupos criminosos armados que exploram ouro na região. Desde 2023, o Ibama intensificou as ações de combate à atividade, com a apreensão e destruição de mais de 300 escavadeiras, além de motores e outros equipamentos.
O garimpo ilegal tem provocado danos ambientais e sociais severos, como o desmatamento em larga escala, a contaminação de rios e igarapés com mercúrio e resíduos oleosos e o aumento da turbidez da água, que compromete a vida aquática.