*Por Camila Calaudiano
A produção agroecológica é melhor para os seres humanos, para a natureza, e também para os animais. É o que mostra a Cooperativa de Comercialização Camponesa do Vale do Ivaí (COCAVI), organizada por famílias do assentamento Oito de Abril, em Jardim Alegre (PR).
A Cooperativa inaugurou uma Agroindústria de Beneficiamento de Ovos Caipiras e Ovos Caipiras Orgânicos neste mês de julho. É a primeira agroindústria deste tipo a existir de forma cooperada no Brasil.

A produção é baseada na Avicultura Sustentável, que prioriza o bem-estar animal e o uso consciente de recursos naturais: as galinhas são criadas livres e em contato com o solo. Não há uso de agrotóxicos e antibióticos ou injeção de hormônios para aumentar a produtividade das aves, e os dejetos podem ser reaproveitados como adubo orgânico.
Jaqueline Bueno, professora assentada, é mãe de dois meninos e, junto ao esposo, produz ovos caipiras convencionais. “É uma atividade fácil, que tem uma boa remuneração, não ocupa grande extensão de terra e na qual a gente consegue se organizar enquanto família”, conta.
“É um sistema de produção em que a mão de obra pode ser mais facilitada, permitindo que jovens, mulheres e idosos participem da produção.”
Pedro Henrique, produtor de ovos orgânicos e presidente da COCAVI
Uma rede de cooperação no campo
As comunidades da reforma agrária e também da agricultura familiar formam uma rede de cooperação, unificada pela Central de Cooperativas da Reforma Agrária do Paraná (CCA-PR). Entre as linhas de produção em assentamentos e acampamentos do estado estão as do leite, milho, arroz, feijão, ovos, hortifrúti, café, mel, cana-de-açúcar e derivados, erva-mate, polpa e suco de frutas e panificados. O principal destino desses alimentos saudáveis são as escolas públicas de todo estado, por meio da comercialização das cooperativas ao Programa Nacional da Alimentação Escolar (PNAE).

*Matéria publicada no tabloide impresso do Brasil de Fato PR Edição 332 Especial Jornada de Agroecologia.
**Esta edição foi produzida pelo Coletivo de Comunicação da Jornada de Agroecologia, formado por comunicadoras/es populares de todo o Paraná.