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LUTA

‘Quem pensa que luta de classes acabou, vá ver o que entregadores estão fazendo’, diz sociólogo Ricardo Antunes

Entregador JR Freitas e rapper Preta Rara também compuseram debate sobre lutas no trabalho durante Flipei em SP

09.ago.2025 às 16h59
São Paulo (SP)
Gabriela Moncau
‘Quem pensa que luta de classes acabou, vá ver o que entregadores estão fazendo’, diz sociólogo Ricardo Antunes

Debate da Flipei aconteceu no Galpão Elza Soares, do MST, no centro de São Paulo - Gabriela Moncau/Brasil de Fato

Um dos principais nomes da Sociologia do Trabalho no Brasil, Ricardo Antunes afirmou em mesa na Festa Literária Pirata das Editoras Independentes (Flipei) que estamos “entrando no horror absoluto em relação ao trabalho”. A indústria que mais se expande, avaliou o professor da Unicamp durante o evento em São Paulo, é “a da plataforma e do e-commerce” e, assim, o que se vive é “a escravidão moderna e digital”. Mas, em seguida alertou, “para quem pensa que a luta de classes acabou, vá ver o que os entregadores estão fazendo”. 

Na última terça-feira (5), entregadores de aplicativo fizeram um protesto com motociata e churrasco na porta do iFood Move, megaevento com ingressos a R$ 1 mil voltado para empresas e donos de restaurantes na zona sul de São Paulo. Nas faixas, denunciavam justamente a “escravidão moderna” e pediam taxa mínima de R$ 10 por corrida. 

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Nos dias 31 de março e 1 de abril deste ano, a categoria organizou um breque nacional com paralisações em ao menos 70 cidades do país. Na véspera do dia da mentira, milhares de motoboys foram, em ato, até a sede do iFood em Osasco (SP). 

Além de Ricardo Antunes, o debate sobre as lutas contra a precarização do trabalho teve a presença da historiadora e rapper Preta Rara, autora do livro Eu, empregada doméstica (Letramento) e do entregador JR Freitas, membro da Aliança Nacional dos Entregadores de Aplicativos (Anea).

Debate da Flipei aconteceu no Galpão Elza Soares, do MST, no centro de São Paulo | Gabriela Moncau/Brasil de Fato

“A gente está constantemente sendo explorado pelas empresas de app. Mas a narrativa da extrema direita é mais fácil e atraente que aquela que diz que é preciso derrubar a estrutura capitalista”, analisou JR Freitas. “Os entregadores de app, na grande maioria, são mais de direita do que esquerda”, acentuou o entregador, que é também membro do Movimento dos Trabalhadores Sem Direitos. 

“Mas a esquerda precisa se comunicar com aqueles que vão fazer a revolução de verdade. Que é o motoboy, a empregada doméstica. Sem essas pessoas, não vai dar para conquistar nada”, defendeu.

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Um dos organizadores do Breque Nacional dos Apps, JR contou que a mobilização foi feita sem amparo sindical e em grupos de Whatsapp. “O que fizemos? Captamos o sentimento. Esse é o caminho, é preciso escutar os trabalhadores. Qual o sentimento? É de liberdade? De não querer mais se subordinar a um patrão? A gente tem que entender isso”, analisou o entregador. 

“Talvez trabalhadores estejam indo mais para a direita pela dificuldade da esquerda de se conectar com o povo”, disse Freitas. “A gente precisa ter revolta no coração”, defendeu o integrante da Anea: “Vamos organizar a raiva do nosso povo”.

Em média, sete motociclistas morrem por dia no Brasil. Com base neste dado da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), JR disse considerar a profissão de entregador uma das mais perigosas da atualidade. “Se morre muito. E porque ninguém fala nada? Porque é vida descartável. Porque não é filho de advogado. Nem de dono de multinacional. É filho de trabalhadora doméstica”, ressalta.

Eu, empregada doméstica

Como sua avó e sua mãe, Preta Rara trabalhou como empregada doméstica. Ao longo de sete anos exerceu essa profissão em Santos (SP), “em lugares que as pessoas chamam de ‘casa de família’, como se os lares onde não têm essas trabalhadoras não fossem casas de família”, introduziu. 

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“Minha mãe criou pessoas brancas que depois vieram querer me chamar de irmã”, relatou Preta Rara. A mãe trabalhava na casa de outros, o pai, como carteiro. “Quem me criou foi a TV brasileira”, resumiu. “Demorei para entender que era uma profissão hereditária para as mulheres pretas no Brasil. Como se fosse algo predestinado para nós”, salientou. Das seis milhões de pessoas que exercem trabalho doméstico no Brasil, 78,8% são negras, aponta o IBGE.

“Aqui no Brasil foi preciso criar uma lei para que houvesse janela dentro do quartinho da trabalhadora doméstica”, ilustra, indignada, motivos pelos quais o subtítulo de seu livro é “a senzala moderna é o quartinho da empregada”.

Em 2016, quando já tinha começado a dar aulas de história, Preta Rara resolveu dividir, no Facebook, as experiências e atrocidades que tinha vivido, com a hashtag Eu, empregada doméstica. Entre elas, os abusos de uma patroa professora universitária de esquerda. Em 24h, viralizou. Relatos similares não pararam de chegar para a rapper.  São estas as vivências retratadas em seu livro. 

Dias depois do tema estourar nas redes, “a mídia brasileira parou e falou ‘nossa, existem trabalhadoras que não têm direito a férias, que não podem usar o banheiro’. Aí começaram a querer me entrevistar”, expôs Preta Rara. E as abordagens da imprensa foram basicamente duas, criticou. A da meritocracia, de como esta mulher saiu de relações violentas de trabalho para virar uma historiadora, rapper e produtora de conteúdo. Ou a do apagamento, “como se eu fosse precursora dessa luta”, resume Preta Rara. 

“Eu tive a audácia de pedir para a dona Benedita da Silva (PT) escrever o prefácio do meu livro. O que eu tenho de idade ela tem de luta na questão do trabalho doméstico. É uma pessoa responsável pela PEC das domésticas”, reverenciou a escritora.

Diante da tentativa de censura por parte da prefeitura de Ricardo Nunes (MDB), que às vésperas do evento vetou o uso da Praça das Artes, a Flipei foi transferida para espaços ligados a lutas populares da cidade. O debate aconteceu no Galpão Elza Soares, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A programação segue até domingo (10).

Editado por: Thalita Pires
Tags: entregadores de aplicativostrabalho
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