O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, declarou nesta quarta-feira (20) que o encontro entre Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky é uma questão que ainda está aberta. Segundo ele, ainda são necessários preparativos para a que cúpula entre ou dois líderes seja realizada.
Após as negociações com os líderes da Ucrânia e da União Europeia (EU) na útima segunda-feira (18), Donald Trump disse que o planejamento para reunião os presidentes da Ucrânia e da Rússia já teria começado. O Kremlin, por sua vez, em nenhum momento confirmou oficialmente o encontro, que seria uma etapa fundamental para chegar a um acordo de paz.
O chanceler russo informou que, após a reunião dos líderes da UE e da Ucrânia na Casa Branca, Trump conversou com Putin por telefone e o presidente russo “confirmou sua disposição de continuar as negociações diretas entre a Rússia e a Ucrânia que ocorreram em Istambul”. De acordo com ele, Putin fez uma proposta não apenas para continuar essas negociações, mas também para considerar “aumentar o nível dos chefes de delegações” de Moscou e Kiev.
“Estamos prontos para qualquer formato, mas quando se trata de reuniões de alto nível, elas precisam ser preparadas da maneira mais completa possível em todas as etapas anteriores, para que as cúpulas não resultem em um agravamento da situação, mas realmente ponham fim às negociações que estamos prontos para continuar”, acrescentou Lavrov.
Garantias de segurança da Ucrânia
Outra questão que está no centro das negociações para um acordo de paz é a das garantias de segurança para a Ucrânia. Os EUA declararam nesta terça-feira (19) que vão ajudar na coordenação das garantias de segurança para a Ucrânia no contexto das negociações para e “possivelmente fornecerão outros meios” para tal, mas descartaram o envio de tropas para o país.
Já o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que os aliados europeus e Washington concordaram que as futuras garantias de segurança para Kiev deveriam incluir o apoio ao exército ucraniano e a criação de forças de segurança em mar, ar e terra.
Nesta quarta, Lavrov afirmou que Moscou é favorável a garantias para a segurança da Ucrânia, mas destacou que Kiev deve abandonar as ambições de ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e que os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, incluindo Rússia e China, poderiam atuar como Estados garantidores da segurança ucraniana.
“Somos a favor de que essas garantias sejam realmente confiáveis”, disse Lavrov em resposta a uma pergunta de jornalistas sobre as garantias de segurança para a Ucrânia, que foram discutidas em cúpulas recentes, durante o encontro dos presidentes russo e americano no Alasca e nas negociações em Washington entre Volodymyr Zelensky, Donald Trump e líderes europeus.
Durante a coletiva de imprensa realizada após a reunião entre Vladimir Putin e Donald Trump, no Alasca, em 15 de agosto, o líder russo afirmou que Moscou concorda que a segurança da Ucrânia deve ser garantida e está pronta para trabalhar nessa direção. No entanto, as condições de segurança de Kiev que a Rússia estaria disposta a aceitar ainda não foram especificadas pelo Kremlin.