Localizado na sede do Plug Minas, no bairro Horto Florestal, em Belo Horizonte, o Centro Interescolar de Cultura, Arte, Linguagens e Tecnologia (Cicalt) é a única escola técnica gratuita de arte de Minas Gerais. Voltado especialmente para jovens da Região Metropolitana de BH (RMBH), o Cicalt oferece formação em sete modalidades: teatro, circo, canto, dança, instrumento musical, figurino cênico e artes visuais, com turmas nos turnos da manhã e da noite.
A formação técnica tem carga horária de mil horas e duração média de um ano e meio. Ao fim do curso, os estudantes recebem certificado reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC). As matrículas são gratuitas e ocorrem duas vezes ao ano, nos meses de janeiro e julho.
“Todos os moradores da RMBH podem se inscrever. Tem que ter concluído o ensino médio ou estar com ele em curso. As matrículas são semestrais. Você pode se matricular tanto em janeiro ou em julho, para começar as aulas em agosto. Para se inscrever, é necessário documento oficial com foto, comprovante de endereço e uma foto 3×4”, explica Marcus Felipe, presidente do grêmio estudantil do Cicalt, em entrevista ao Brasil de Fato MG.
A escola é motivo de orgulho para os mineiros, por ser uma iniciativa pública que promove o acesso à cultura e ao desenvolvimento artístico de forma inclusiva e democrática. Muitos dos ex-alunos hoje atuam profissionalmente no setor cultural da capital e em outras regiões do país.
“É o único curso técnico do estado com essas características. O Cicalt foi importante na formação artística de vários artistas profissionais que hoje orgulham a cidade de Belo Horizonte”, afirma Marcus.
Ineficiência do governo do estado
No entanto, desde 2019, alunos da escola reclamam da precarização da estrutura do centro de ensino. Um dos motivos das reclamações é falta de auxílio transporte, o que aumenta a evasão escolar.
“A Secretaria de Educação (SEE-MG) não dá o auxílio transporte, o que possibilitaria a permanência desses estudantes. Foram várias tentativas de obrigar a secretaria a cumprir as promessas que ela fez”, afirma o presidente do grêmio.
Além disso, outro fator tem incomodado os estudantes e funcionários do Cicalt. Eles afirmam que a divulgação da escola pela SEE-MG é insuficiente e, portanto, não atrai novos alunos.
“A Secretaria de Educação não divulgou a escola do jeito que deveria. No Instagram oficial, não há nenhuma publicação que mencione a escola e os cursos ofertados há mais de dois anos”, conta Marcus Filipe.
Em setembro do ano passado, alunos e professores se manifestaram contra o sucateamento da escola, ocupando a SEE-MG. O ato tinha como objetivo chamar a atenção do governo de Minas Gerais para a situação do centro de ensino, que, segundo eles, segue abandonado pela gestão de Romeu Zema (Novo).
O outro lado
Procurada pela reportagem, a SEE-MG não se manifestou até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.