As comunidades de terreiro de Brasília já tem evento marcado para o dia 7 de setembro, a partir das 13h na praça dos Avós, localizada na 506 sul no Plano Piloto, região administrativa do Distrito Federal. Semelhante à proposta da Marcha para Exu, realizada tradicionalmente na Avenida Paulista a cada ano, o Caminhos para Exu tem o objetivo de criar pontes entre gerações e saberes, reafirmando a cidade como um polo de encontro e de expansão da cultura afro-brasileira.
A iniciativa é uma proposta de Kika Ribeiro, cantora e coordenadora do Makumbá, projeto que celebra as músicas de terreiro. Segundo ela, a ideia veio numa conversa de bar durante um encontro descontraído com colegas, entre trocas de ideias e afetos. “Nesse encontro descontraído, entre trocas de ideias e afetos, nasceu a inspiração que se desdobrou nesse movimento maior, mostrando que Exu se manifesta justamente nas encruzilhadas, nos encontros e nos diálogos que abrem caminhos”, explica.
O encontro Caminhos para Exu surge como um chamado para celebrar, desmistificar e reafirmar a importância de Exu dentro das tradições de matriz africana, rompendo preconceitos e abrindo espaço para um diálogo mais profundo sobre ancestralidade, fé e cultura, argumenta a cantora.
Além disso, tem como aspecto fundamental a desmistificação do imaginário social sobre Exu, muitas vezes demonizado por outras religiões. Trazendo a filosofia da entidade para o centro do debate, o evento busca atuar como um vetor de educação a respeito da representação deste orixá.
“Por muito tempo, Exu foi injustamente associado a imagens negativas, fruto do racismo religioso e da falta de conhecimento sobre a riqueza simbólica e espiritual que carrega. O evento, portanto, reafirma Exu em sua verdadeira essência: força de abertura, de movimento, de transformação e de comunicação”, pontua Kika.
Simbolismo
A escolha do nome “caminhos” e não “marcha” traduz a essência da ideia central do evento. O segundo, remete a uma fileira ordenada em uma única trajetória, já “caminhos” reflete a liberdade, a diversidade e a amplitude do que Exu representa.
“A escolha do nome Caminhos de Exu em vez de Marcha para Exu é profundamente simbólica. Exu não é estático, é movimento, é encruzilhada, é multiplicidade. A palavra caminhos traduz melhor essa essência, indicando não apenas uma direção única, mas a possibilidade de múltiplos percursos, encontros e escolhas”, finaliza a organizadora.
Serviço
Marcha Caminhos para Exu
Local: Praça dos Avós – 506 sul
Horário: 13 horas