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CINEMA E HISTÓRIA

‘Porongos’ conclui gravações no Rio Grande do Sul e revive memória dos Lanceiros Negros

Filme dirigido por Diego Müller aborda o massacre de 1844 e narra a trajetória de Adão Caetano, vivido por Emílio Farias

05.set.2025 às 17h46
Porto Alegre (RS)
Redação
‘Porongos’ conclui gravações no Rio Grande do Sul e revive memória dos Lanceiros Negros

Ator Emílio Farias interpreta Adão Caetano, personagem inspirado em lanceiro negro cuja trajetória está ligada ao Massacre de Porongos, episódio pouco lembrado na história nacional - Foto: Divulgação GM/2

As filmagens do longa-metragem Porongos, dirigido por Diego Müller, estão na fase final no Rio Grande do Sul. A produção encerra suas gravações no dia 5 de setembro, com cenas realizadas em Bagé — na Pousada do Sobrado e no Centro Histórico Vila de Santa Thereza — e em Aceguá, na Tapera do Hélio e na Lagoa do Assis Brasil.

A equipe conta com direção de arte de Vanessa Rodrigues, fotografia de Joanna Ramos, consultoria artística de Thaíse Machado e preparação de elenco sob responsabilidade da atriz e preparadora Tatiana Tibúrcio. O projeto foi contemplado no Edital Sedac/LPG nº 16/2023 – Despesa Financiada pela Lei Complementar 195/22 (LPG) e segue em captação pela Lei do Audiovisual.

A narrativa de Adão Caetano

Inspirado em fatos reais, o filme acompanha a história de Adão Caetano, personagem central vivido por Emílio Farias. A trama coloca em evidência as contradições dos líderes republicanos da época e a luta dos soldados negros durante a Revolução Farroupilha.

O pano de fundo é o Massacre de Porongos, ocorrido em 14 de novembro de 1844, quando tropas compostas em grande parte por homens negros foram emboscadas e exterminadas. O episódio, apesar de documentado, ainda ocupa pouco espaço na memória coletiva do país.

O desafio da interpretação

Em entrevista, o ator Emílio Farias relatou o impacto de interpretar Adão, ressaltando a dimensão pessoal e histórica da experiência. “O Adão é muito especial para mim também por uma questão pessoal: ele carrega o nome do meu avô paterno, a quem não conheci em vida.”

“Dar corpo e voz a esse personagem é como realizar um encontro e um sonho, além de reafirmar que nós, pessoas negras, também construímos este estado e este país. O Adão luta por liberdade em tempos hostis, luta para ser quem ele deseja ser em plenitude. Representar essa busca é, para mim, um movimento profundo e transformador”, complementa.

Segundo Farias, o personagem carrega não apenas a trajetória individual, mas também a de um coletivo que foi silenciado. O ator reforça que, para além da ideia de heroísmo, o papel de Adão está ligado à sobrevivência.

“A palavra ‘herói’ é uma armadilha. Costuma colocar as pessoas em uma posição idealizada, polarizada, que não dá conta da complexidade da vida. Prefiro ver o Adão como um ser humano, com suas luzes e sombras. Mas é evidente que há um heroísmo na sobrevivência”, pondera.

Segue refletindo que “talvez o maior heroísmo de pessoas negras, ontem e hoje, seja sobreviver em um mundo que constantemente tenta limitar sua existência”. Por isso, afirma que, mais do que chamá-lo de herói, prefere dizer que “ele é um sobrevivente, e que nesse ato de sobreviver reside uma grandeza”.

Frustração e desencanto

Um dos pontos destacados por Farias é o arco dramático da personagem, marcado pela frustração: “O Adão começa movido pela esperança, mas ao longo da trama vai percebendo que a liberdade prometida não se concretizará. Mostrar esse sol que se apaga é um desafio enorme. É preciso construir esse caminho de forma minuciosa, sem perder nenhuma nuance, porque ele não diz respeito apenas ao Adão, mas a gerações inteiras. Por isso, digo que o personagem principal, no fim das contas, é o episódio histórico em si”.

Preparação e ancestralidade

O ator contou que o processo envolveu aulas de equitação, treinamentos corporais e encontros conduzidos por Tatiana Tibúrcio na Casa de Cultura Mario Quintana. Segundo ele, essas atividades possibilitaram uma entrega física e espiritual, além de um contato mais próximo com a ancestralidade dos Lanceiros Negros.

“Foram momentos de entrega total, de gastar energia, de se deixar atravessar pelo ofício. Tudo isso fez parte da construção e nesse mergulho sinto que a ancestralidade está sempre presente, nos guiando”, revela.

Reparação simbólica

Para Emílio Farias, o filme também tem caráter de justiça histórica: “O sentimento maior é de responsabilidade. Não é fácil lidar com uma história que nos atravessa tanto, mas sinto também que estamos diante de um gesto de justiça.”

Para ele, é como corrigir uma distorção da memória. “Colocar os Lanceiros no lugar que merecem, como parte essencial da história do Brasil. Gosto de lembrar um provérbio iorubá que diz: ‘Exu matou um pássaro ontem com a pedra que só jogou hoje’. É isso que estamos fazendo, lançando hoje uma pedra que corrige o passado. É dar voz, corpo e espaço para aqueles que foram silenciados.”

O olhar de Diego Müller

Com mais de duas décadas no audiovisual, Diego Müller já recebeu prêmios em festivais nacionais e internacionais. Dirigiu Cortejo Negro (2008), vencedor de Melhor Direção no Festival de Gramado; A Invasão do Alegrete (2009), que recebeu Kikitos de Melhor Roteiro e Melhor Ator; e o documentário Bandoneando (2022). Em 2024, foi codiretor de Infinimundo, premiado como Melhor Filme Júri Popular no 53º Festival de Gramado.

Com Porongos, Müller amplia sua trajetória de produções que se debruçam sobre a história do Rio Grande do Sul e sua inserção na memória coletiva do país.

Editado por: Marcelo Ferreira
Tags: cinemafilmemassacrerio grande do sul
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