O Ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, disse nesta sexta-feira (5) que a violência israelense contra palestinos em Gaza vai piorar. “Os portões do inferno estão se abrindo agora”, afirmou Katz, em referência a ataques das Forças de Ocupação Israelenses contra prédios altos na Cidade de Gaza.
Militares israelenses ordenaram na manhã da sexta a evacuação forçada da Torre Mushtaha, um prédio de 12 andares na parte oeste da Cidade de Gaza. A torre, que foi atacada pelos israelenses mais tarde, já havia sido parcialmente destruída em bombardeios anteriores, mas continuava abrigando famílias deslocadas.
Centenas de tendas improvisadas cercam o prédio, já que a área é considerada um dos últimos abrigos para pessoas que fogem dos bombardeios na periferia leste de Gaza.
Katz disse que a nova “fase militar” continuaria até que o Hamas concordasse com as exigências de Israel, que incluem a libertação de todos os reféns e o desarmamento. “Quando o portão for aberto, não será fechado, e a atividade se intensificará até que os assassinos e estupradores do Hamas aceitem as condições de Israel para o fim da guerra, ou serão destruídos”, escreveu ele no X.
A Rádio do Exército israelense confirmou que a Torre Mushtaha é um dos vários edifícios que serão alvejados nos próximos dias. O porta-voz militar Avichay Adraee afirmou que informações de inteligência indicavam que combatentes do Hamas estavam usando prédios altos como parte de sua estratégia de combate.
Campanha paga no Google nega o genocídio
O Conselho de Relações Americano-Islâmicas (CAIR, na sigla em inglês) solicitou ao Google o cancelamento imediato de uma suposta campanha publicitária de US$ 45 milhões (quase R$ 250 milhões) que promovia narrativas do governo israelense em suas plataformas durante o genocídio em Gaza.
De acordo com uma reportagem recente do Drop Site News, o Google firmou um acordo para promover conteúdo produzido pelo governo israelense, incluindo material que nega a campanha israelense de fome e crimes contra a humanidade em Gaza.
“É moralmente repreensível que o Google lucre com a disseminação deliberada de propaganda enquanto o governo israelense está sob investigação por genocídio”, disse Nihad Awad, Diretor Executivo Nacional do CAIR.
“Empresas estadunidenses não devem ser cúmplices no encobrimento de massacres, destruição em massa, limpeza étnica e fome forçada – especialmente porque civis palestinos, incluindo crianças, continuam sofrendo e morrendo.”
A ONU declarou em 22 de agosto passado estado de fome extrema em algumas partes da Faixa de Gaza. Israel afirma, ao contrário, que “não há fome” no território palestino e acusou o Hamas de saquear a ajuda.
Nesta sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde instou Israel a deter a “catástrofe” das mortes por fome em Gaza, onde assegurou que pelo menos 370 pessoas morreram de desnutrição desde o início das ações genocidas.
Pelo menos 51 palestinos foram mortos por disparos israelenses desde o amanhecer, incluindo 36 na Cidade de Gaza e no norte da Faixa de Gaza, informaram fontes hospitalares. Desde o início do genocídio, em outubro de 2023, pelo menos 64.231 pessoas foram mortas e 161.583 feridas na região.