O governo brasileiro respondeu, na noite desta terça-feira (9), as novas ameaças do governo de Donald Trump contra o país. Em nota publicada pelo Ministério das Relações Exteriores, o governo afirmou que os Três Poderes “não se intimidarão por qualquer forma de atentado à nossa soberania”.
O texto é uma reação à fala da porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, que falou a jornalistas que Trump “não tem medo de usar o poder econômico e o poder militar para proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo”, após uma pergunta sobre possíveis novas sanções contra o Brasil por conta da possível condenação de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe.
Horas mais tarde, o perfil da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil compartilhou um vídeo com a declaração de Leavitt. Parte da mensagem foi traduzida para a língua portuguesa.
No posicionamento oficial, o governo brasileiro afirma que “condena o uso de sanções econômicas ou ameaças de uso da força contra a nossa democracia” e destaca que “o primeiro passo para proteger a liberdade de expressão é justamente defender a democracia e respeitar a vontade popular expressa nas urnas”.
“O governo brasileiro repudia a tentativa de forças antidemocráticas de instrumentalizar governos estrangeiros para coagir as instituições nacionais”, conclui o texto.
Mais cedo, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, foi às redes sociais para rebater as ameaças. Para ela, “a conspiração da família Bolsonaro contra o Brasil chegou ao cúmulo hoje [terça-feira], com a declaração da porta-voz de Donald Trump de que os EUA podem usar até força militar contra o nosso país”.
“Não bastam as tarifas contra nossas exportações, as sanções ilegais contra ministros do governo, do STF e suas famílias, agora ameaçam invadir o Brasil para livrar Jair Bolsonaro da cadeia. Isso é totalmente inadmissível”, prosseguiu.
O episódio desta terça-feira é mais um capítulo da crise diplomática que escalou nos últimos meses, desde que Trump anunciou o tarifaço contra produtos brasileiros. De lá para cá, houve outros ataques e ameaças, que levaram, inclusive, à convocação do chefe da Embaixada dos EUA em Brasília para explicações.