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Início Direitos Reforma Agrária

HISTÓRIA

Escola de Artes do MST: enxada vira instrumento de linguagem artística e de luta pela terra

Em São Joaquim de Bicas (MG), bloco Pisa Ligeiro se une à cantora Titane em música e clipe “Madeira”

11.set.2025 às 18h43
Belo Horizonte (MG)
Lucas Wilker
Escola de Artes do MST: enxada vira instrumento de linguagem artística e de luta pela terra

Perto do lançamento do single Madeira, o Brasil de Fato MG visitou o acampamento Pátria Livre. - Foto: Lucas Wilker/BDF-MG

A mesma enxada utilizada como ferramenta de trabalho também se transforma em instrumento de linguagem artística. Essa, pelo menos, é a tônica estabelecida na Escola de Artes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que desde 2017 utiliza o jargão “a alegria como trincheira de luta” para fortalecer a luta por reforma agrária também por meio da cultura. 

No último mês, essas enxadas sonorizaram a canção Madeira, escrita por Sérgio Pererê e interpretada pela cantora mineira Titane, uma das fundadoras da escola. 

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“Depois de trabalhar alguns anos dentro dos acampamentos, dos assentamentos, dentro dos territórios do movimento, eu resolvi inverter e convidar o movimento para atuar dentro dos meus territórios, dos meus álbuns, dos meus shows, da minha carreira”, lembra a artista. 

O bloco de carnaval Pisa Ligeiro, que nasceu desse espaço de formação, foi fundamental tanto para o instrumental, quanto para composição do clipe, gravado no acampamento Pátria Livre, em São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). 

O que continua nascendo dessa escola, porém, ultrapassa a dimensão temporal da folia carnavalesca, de produções artísticas encapsuladas em modelos específicos, para expandir as ideias do próprio movimento. Importa o coro cênico, ou seja: a união entre som, palavra, gesto, imagens, que não se separam no processo criativo, e que passeiam pelo espaço da vida, das ruas ao teatro. 

“Cantando, tocando, representando, contando histórias e aliciando as pessoas para viver aquilo que esse grande grupo [o MST] propõe”, realça Titane. 

Arte e política

Perto do lançamento do single Madeira, o Brasil de Fato MG visitou o acampamento Pátria Livre. Na ocasião, integrantes do bloco Pisa Ligeiro se reuniam para ensaiar. Nas mãos, as enxadas. Na boca, palavras de reafirmação. No som, uma busca: “eu já falei pra você não mexer com o sem terra. O sem terra é valente e luta pela liberdade”, entoavam os artistas. 

Ao centro dessa imagem cênica estava Guê Oliveira, do setor de cultura e de formação do MST, em diálogo com os integrantes do bloco.

“Na escola, a gente fortalece e aprofunda essa relação entre a arte e a política, de forma que trabalhamos a questão da dimensão sensível na luta. A arte em uma perspectiva das linguagens artísticas, mas também um pouco além, trazendo a arte como um processo criativo. A escola é esse exercício permanente”, reafirma.

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A Escola de Arte do MST em Minas Gerais é chamada de João das Neves, em homenagem ao dramaturgo que atuou em sua construção e faleceu em 2018. Com a efetivação do ambiente de formação em 2017, ele se espalhou também pelas cinco regiões do país. 

De lá para cá, em MG, outros frutos, além do bloco Pisa Ligeiro, foram colhidos, em um exercício de provocação mútua dos artistas que compõem o processo. Na terceira edição da escola, as artes plásticas foram centrais. 

Com oficinas de murais, as composições do grupo passaram a encampar as experiências visuais. Como resultado, a escola construiu uma empena para integrar o Circuito Urbano de Arte (Cura). Uma arte, posicionada em um prédio no centro da capital mineira, é também categórica em seus dizeres: “por terra, arte e pão”. 

Foto: Reprodução/CURA

A 4ª edição da escola resultou no entendimento de que poderia ser capilarizada: de São Joaquim de Bicas, o processo formativo também foi parar no Vale do Rio Doce, no Mucuri e também na Zona da Mata. A 5ª edição está em construção. 

“É uma escola onde a gente quer fazer a relação entre arte e política, entre arte e o processo de transformação da sociedade, entre o processo criativo, humanizador, que alimenta a nossa dimensão sensível”, comenta Guê Oliveira. 

“Também trazendo uma dimensão muito importante que é da alegria. A luta se faz é com alegria.  A alegria como resistência. Então, é essa dimensão do ser humano, a capacidade do ser humano de criar. A capacidade do ser humano de resistir a partir da alegria. Então, é um bloco de carnaval, mas também é uma ação de intervenção política cultural”, acrescenta. 

Cultura é elemento central de elaboração

Em quase 42 anos de história do MST no Brasil, houve também uma elaboração teórica, política e estética sobre o tema da cultura para o movimento. 

“Compreendemos cultura como tudo aquilo que o ser humano constrói em relação com a natureza, como trabalho, como relações sociais, cultura como materialidade, como vida material e as relações que se estabelecem a partir dessa vida material, da produção e reprodução da nossa vida. E a arte, claro, como uma expressão que brota, que emerge dessa cultura, que é uma expressão estética, uma expressão quase ritualística, mas que expressa uma cultura e que nos dá essa capacidade também de projetar futuros”, explica Dandara D’Aracá, coordenadora da escola. 

“Todo e toda sem terra fazendo arte” são palavras de ordem para o movimento. A criação do bloco Pisa Ligeiro, portanto, não é somente um fazer da cultura, de especialistas em arte, mas envolve todos os setores da organização, em uma ação intersetorial.  

“A gente entende que a arte é fazimento humano, que pertence e é direito de todos e todas”, lembra D’Aracá. 

Outro pilar importante é o papel da cultura e da arte dentro da organização política, uma vez que os territórios do MST não são só uma comunidade rural, mas também organizados a partir da luta. 

“É preciso pensar em um lugar da arte que não seja só uma ferramenta utilizada de maneira utilitarista, que não seja só para animar, alegrar, mas também a arte com propósito de formação humana, não só de formação ideológica, mas de formação dos sentidos, dessa relação da teoria e da prática em dialética, em movimento constante”, reafirma. 

A Escola de Artes João das Neves conversa, portanto, diretamente com o projeto do MST, que é, nas palavras de Dandara D’Aracá, um projeto de sociedade, que vai muito além do campo. 

“A reforma agrária popular é, na sua inteireza, um projeto cultural para o país. Na medida em que ela propõe uma transformação radical da produção e reprodução da nossa vida, das relações de trabalho, das relações de produção, das relações de consumo, da relação com o nosso meio, com a natureza, da relação entre as pessoas, é uma transformação radical no âmbito da cultura”, acrescenta. 

É por isso que a enxada, que introduz essa reportagem, também é parte fundamental da linguagem artística da escola. 

“Do ponto de vista visual, simbólico, ela também representa profundamente essa resistência. Então, a ferramenta de trabalho,  a produção simbólica nossa e a resistência e a defesa dos nossos territórios estão sistematizadas no mero ato de a enxada ser o carro-chefe do nosso bloco. Ao enxergar aquele instrumento está revelada talvez a grande síntese de toda essa produção teórica ao redor do tema da cultura: o ato de tocar uma enxada”, conclui D’Aracá.

Editado por: Ana Carolina Vasconcelos

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