Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”, presta depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, do Congresso Nacional, às 16h desta segunda-feira (15).
O colegiado apura um esquema de desvio de recursos públicos envolvendo entidades de fachada que cadastravam aposentados sem consentimento, utilizando assinaturas falsas para descontar mensalidades diretamente dos benefícios.
Segundo as investigações, Antunes atuava como um dos facilitadores da fraude, que pode ter provocado um prejuízo estimado em ao menos R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. A Polícia Federal aponta ainda que, apenas entre 2023 e 2024, ele transferiu R$ 9,3 milhões a intermediários no INSS.
O Careca do INSS chegou a ser beneficiado por uma decisão do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), que o desobrigava de comparecer à CPMI. No entanto, após ter sido preso preventivamente pela Polícia Federal na última sexta-feira (12), sua defesa informou que ele participará da reunião do colegiado. Na condição de investigado, Antunes não será obrigado a responder a questionamentos que possam incriminá-lo. Ele se encontra na Superintendência da PF em Brasília.
Ao todo, foram apresentados 14 pedidos de convocação de Antunes, além de requerimentos para a quebra de seus sigilos bancário, fiscal e telefônico. Parlamentares da oposição também aprovaram a solicitação para que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) encaminhe relatórios de inteligência financeira (RIF) sobre as movimentações realizadas por Antunes entre 2017 e 2025.
No total, a comissão aprovou 364 requerimentos para a quebra de sigilos de pessoas e entidades ligadas ao caso. Entre os alvos estão Camilo Antunes, o empresário Maurício Camisotti, também preso preventivamente pela PF na última sexta-feira (12), o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto e o ex-ministro da Previdência Social Carlos Lupi.
Ahmed Mohamad Oliveira Andrade, chefe da pasta no governo de Jair Bolsonaro (PL), também é alvo dos requerimentos. Ele presidiu o INSS de novembro de 2021 a março de 2022. Na época, ele atendia pelo nome de José Carlos Oliveira, o qual conseguiu alterar recentemente, por motivos religiosos.