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CINEMA

Distopia, estranhamento e redenção em ‘O Último Azul’

Dentre os temas com os quais o cineasta Gabriel Mascaro costuma trabalhar, a distopia tem um lugar importante

15.set.2025 às 13h29
Porto Alegre (RS)
André D. Pares
Denise Weinberg e Rodrigo Santoro

Com atuação de Denise Weinberg e Rodrigo Santoro, entre outros artistas renomados, a trama acompanha a trajetória de Teresa - Guilhermo Garza / Divulgação 'O Último Azul'

Dentre os temas com os quais o cineasta Gabriel Mascaro costuma trabalhar em seus filmes, a distopia tem um lugar importante. Ela tende a se revelar no aparecimento de contradições e surpresas que o diretor deixa aparecer em cena, conduzida por uma sensação de estranhamento onipresente.

Mascaro sabe que num filme mais se mostra do que se explica (por isso seu cinema é genuinamente brasileiro). No limite da necessidade de se fazer entender, a explicação se deixa ver no que as imagens mostram por elas mesmas.

Foi assim em Um Lugar ao Sol, documentário de estreia em 2009, em que donas e donos de coberturas pelo Brasil entregavam sua visão de mundo descolada da realidade para justificar e vangloriar o lugar onde moravam. Suas contradições eivadas de desinformação e preconceito geravam estranhamento (inclusive em algumas delas próprias) e revelavam a distopia em que viviam.

Do documentário à ficção

Avenida Brasília Formosa (2010) e Doméstica (2012), documentários seguintes, trabalharam na mesma ideia de, ao deixar se mostrar o quotidiano transformado em imagem, provocar a surpresa de um estranhamento da própria realidade . Foi essa sensação que buscou nas ficções seguintes. Enquanto Ventos de Agosto (2014) é ainda um híbrido com trama como desculpa para a câmera ficar aberta às surpresas e garantir o estranhamento, Boi Neon (2015) aposta na estranha contradição de um vaqueiro-estilista. 

Se nestas histórias o ar distópico está em enredos sem lugar onde chegar e personagens sem espaços para se encaixar (revelando destinos brasileiros), em Divino Amor (2019) Mascaro organiza lugar e espaço para deixar ver a distopia em si na história em que o Estado brasileiro se tornou oficialmente (“terrivelmente”!) evangélico. 

Filme "O Último Azul"
Filme “O Último Azul” | Guilhermo Garza

O último

Este currículo filmográfico vai desaguar em O Último Azul (2025). Neste último filme, parece que Mascaro está ficcionalmente decidido a escrever uma história sintética para confirmar as impossibilidades mostradas anteriormente, como referência, e superá-las, agora, como direito. Assim, metade do filme é distopia; metade, superação dela. O resultado, uma saída redentora do que não serve – para além das opressões externas instituídas, inclusive e sobretudo uma saída de suas próprias convicções.

Para mostrar a contradição entre distopia e sua superação, o diretor delimita lugar, protagonismo e ação. Então, o que vai nos fazer ver como cenário é um país no qual “o governo diz prezar pela família, mas manda os velhos para uma colônia” e como protagonista uma senhora na qual será investida como ação uma jornada representativa de redenção. E aqui vem uma surpresa de tema, que não é o etarismo, como parece. Ele funciona como ensejo (ou armadilha) a uma simbolização cinematográfica palatável na atual conjuntura brasileira para encarnar todos os grupos subjugados e perseguidos por uma sociedade de bem. Assim, protagonizada por uma senhora pobre, explorada e perseguida por um governo demagogo no interior de um país espantoso, é a sua jornada representando todas demais pessoas na mesma situação que irromperá em redenção – este novo elemento no horizonte do diretor, transcendente como um caramujo azul. 

O caminho redentor será feito em três atos, não menos repletos de contradição, surpresas e estranhamentos. No primeiro, ela, que não demonstrava amor, aprende a sensibilizar-se por ele com um homem rude e moribundo contraditoriamente vivido por um galã que, surpreendentemente, perdoa a traição para poder realizar seu amor. No segundo, ela, que não apostava, aprende a abrir-se à entrega sedutora do jogo, com um malandro que contraditoriamente aparentava ser quem realizaria seu sonho de voar. No terceiro, ela se apaixona, como a improvável, mas já não estranha, metáfora da libertação.

Por último, sobra ao estranhamento se desvanecer como torcida para uma mulher que sem amor abriu-se a amar; sem jogar, apostou tudo e, como último azul, abriu mão de um desejo derradeiro de voar de avião para dar-se a liberdade no leme de um barco num rio de um país contraditório e redentoramente maravilhoso.

*André D. Pares é jornalista e professor de Filosofia.

**Este é um artigo de opinião e não necessariamente representa a linha editorial do Brasil do Fato.

Editado por: Vivian Virissimo

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