As unidades franqueadas do McDonald’s na cidade de Pelotas passam a aplicar a escala de trabalho 5×2, com jornada de 40 horas semanais e dois dias de descanso por semana. A mudança é fruto de negociação entre o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Turismo e Hospitalidade de Pelotas (Sintraturh), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil no Rio Grande do Sul (CTB-RS) e representantes das empresas.
O acordo coletivo foi formalizado após reuniões entre a direção do sindicato, dirigentes da CTB e os gestores das franquias locais. As conversas abordaram as condições atuais de trabalho, que incluíam a escala 6×1, considerada pelos trabalhadores como imposição de desgaste físico e limitações à vida pessoal.
Segundo o documento acordado, a jornada de trabalho será de 40 horas semanais, e os empregados terão dois dias de folga por semana, podendo ser consecutivos. A medida entra em vigor imediatamente nas unidades mencionadas.
A presidenta do Sintraturh, Simone Goulart, e o presidente da CTB-RS, Rodrigo Callais, afirmam que a conquista representa um passo para melhorar previsibilidade na rotina de trabalho, promover equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, e reduzir o desgaste associado à antiga escala.
A proposição legal que inspira essa mudança é o Projeto de Lei nº 67/2025, da deputada federal Daiana Santos (PCdoB-RS). O PL propõe alterações na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e em leis relacionadas ao comércio para estabelecer jornada máxima de 40 horas semanais com dois dias de descanso remunerado.
Gerentes das franquias reconheceram nos encontros com o sindicato e com a CTB-RS os efeitos práticos da mudança para os funcionários, tanto para manutenção da saúde física e mental quanto para organização de compromissos fora do trabalho.
As entidades destacam que, embora o acordo avance formalmente a escala 5×2, será necessário acompanhar sua aplicação nas unidades para garantir que as folgas e os horários sejam respeitados conforme pactuado.
Especialistas em direito trabalhista ouvidos pela imprensa apontam que a mudança de modelo pode servir de referência para outras cidades e redes de alimentação de massa, caso haja adesão e fiscalização eficaz. Pelotas passa a figurar como exemplo local de como negociações coletivas podem alterar práticas de jornada consolidada no setor.