O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou o desejo de “manter uma relação excelente e duradoura com a China”, em telefonema com Xi Jinping na noite desta sexta-feira (19). Segundo informações oficiais chinesas, a conversa foi descrita como “pragmática, positiva e construtiva”.
O mandatário estadunidense declarou que “a relação entre Estados Unidos e China é a relação bilateral mais importante do mundo” e que “os dois países, trabalhando juntos, podem realizar muitas grandes coisas que beneficiem a paz e estabilidade mundial”.
O presidente chinês, Xi Jinping, por sua vez fez referência à aliança histórica entre China e Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial (ou Guerra Mundial Antifascista como a chamam os chineses), lembrando que “China e Estados Unidos foram aliados que lutaram lado a lado”.
Xi disse que “o povo chinês não esquecerá o valioso apoio fornecido pelos Estados Unidos e outros países aliados antifascistas à resistência chinesa“. Enfatizou ainda que “devemos valorizar a paz e criar o futuro com base na memória dos mártires e na lembrança da história”.
Ainda sobre as recentes comemorações dos 80 anos da vitória na Guerra de Resistência contra a Agressão Japonesa, Xi destacou o convite feito pelo governo chinês a familiares dos ex-membros dos Tigres Voadores dos EUA para assistir ao desfile militar da Torre da Tiananmen. Ali também estiveram o assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, a presidenta Dilma Rousseff e o embaixador brasileiro na China, Marcos Galvão.
Os Tigres Voadores foram um grupo de pilotos e mecânicos estadunidenses voluntários que ajudaram a China na guerra de resistência contra a agressão japonesa, antes de os EUA entrarem oficialmente na Segunda Guerra Mundial.
Após o desfile militar chinês no início de setembro, Trump havia elogiado a cerimônia como “muito impressionante”, mas afirmou que os Estados Unidos deveriam ter tido um papel mais destacado no evento comemorativo.
O Comércio
Xi Jinping pediu que os Estados Unidos “evitem adotar medidas comerciais restritivas unilaterais” para “prevenir impactos nos resultados obtidos através de múltiplas rodadas de consultas entre ambas as partes”.
O presidente chinês enfatizou que as recentes consultas entre as equipes dos dois países “incorporaram o espírito de igualdade, respeito e benefício mútuo” e que podem “continuar a lidar adequadamente com questões proeminentes nas relações bilaterais, buscando alcançar resultados ganha-ganha”.
Xi Jinping enfatizou que “China e Estados Unidos podem se complementar mutuamente e prosperar juntos, beneficiando ambos os países e o mundo”. O presidente chinês destacou que para alcançar essa visão, “ambas as partes devem trabalhar na mesma direção, com esforços mútuos, para alcançar respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação”.
Trump manifestou o desejo dos EUA de “promover a cooperação econômica e comercial entre os dois países” e disse que apoiará as consultas entre as equipes de ambos os lados.
Questão do TikTok
Sobre a questão do TikTok, Xi Jinping esclareceu que “a posição da China é clara: o governo chinês respeita a vontade das empresas e está satisfeito em ver as empresas conduzirem negociações comerciais adequadas com base nas regras de mercado, alcançando uma solução que esteja em conformidade com as leis e regulamentos chineses e que equilibre os interesses”.
Dois dias antes da chamada, Trump estendeu novamente o prazo para manter o TikTok disponível nos Estados Unidos até 16 de dezembro, dando tempo para completar a estrutura do acordo anunciado após conversas entre autoridades dos dois países.
Essa foi a quarta vez que Trump suspendeu o banimento para que o TikTok venda seus ativos para uma empresa estadunidense. O prazo original estabelecido pelo Congresso era 19 de janeiro deste ano.
Trump disse que “apoiará as consultas entre as equipes de ambos os lados para resolver adequadamente a questão do TikTok”.
Já o presidente chinês pediu que os Estados Unidos “forneçam um ambiente de negócios aberto, justo e não discriminatório para as empresas chinesas investirem nos Estados Unidos”.
*Com informações da CCTV.