O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou nesta segunda-feira (22) que Moscou classifica as acusações de que caças russos violaram o espaço aéreo estoniano como “vazias e infundadas”.
Peskov negou as acusações de que caças russos violaram o espaço aéreo estoniano. De acordo com ele, as acusações dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) estão “aumentando ainda mais as tensões na região”.
“Nossos militares operam estritamente dentro das normas internacionais, incluindo as que regem os voos”, disse. O porta-voz também afirmou que esses “não são novos desenvolvimentos na política externa da Estônia e de outros países bálticos”.
“Consideramos tais declarações vazias, infundadas e em consonância com a política absolutamente flagrante de escalada de tensões e provocação de um clima de confronto”, disse ele.
Em 19 de setembro, o Estado-Maior das Forças de Defesa da Estônia alegou que três caças russos violaram o espaço aéreo estoniano perto da Ilha de Vaindlo. As autoridades estonianas, seguidas pela Otan, anunciaram os caças russos permaneceram por 12 minutos antes que caças F-35 italianos fossem enviados para interceptá-los.
O Ministério da Defesa da Rússia, por sua vez, declarou que três caças MiG-31 realizaram um voo programado da região Carélia para a região de Kaliningrado, ambas regiões russas, e alegou que o voo foi conduzido de acordo com as normas internacionais e não houve violação do espaço aéreo estoniano.
Tallinn solicitou a aplicação do Artigo 4 do Tratado do Atlântico Norte, que permite que os membros da aliança levem questões à atenção do Conselho do Atlântico Norte, o principal órgão político da Otan.
Incidentes envolvendo acusações dos países da Otan de que drones russos estariam invadindo seu espaço aéreo vêm repercutindo e acirrando os ânimos entre Moscou e a aliança militar ocidental.
A controvérsia começou quando o governo polonês chegou a acusar a Rússia de “agressão” depois que 19 drones foram abatidos no seu espaço aéreo. Também Moscou negou que a Polônia tenha sido alvo de operações, mas reconheceu que realizou massivos ataques de drones no oeste ucraniano no mesmo dia 10 de setembro, e propôs realizar consultas com Varsóvia para esclarecer o incidente.
Na última sexta-feira (19), a diplomacia russa declarou que a recusa da Polônia em aceitar as consultas oferecidas pelo Ministério da Defesa russo demonstra a falta de interesse da Otan em estabelecer o quadro real do incidente.