Os salões de beleza terão um papel a mais no empoderamento das mulheres. A publicação de lei 10.942/2025 torna salões de beleza e de estética em redes de acolhimento e proteção. A proposta é de autoria da deputada estadual Lilian Behring (PC do B) e cria o Programa Beleza Empoderada.
A medida prevê a capacitação de profissionais da área de beleza para identificar sinais de violência doméstica e orientar mulheres a buscarem ajuda junto aos órgãos competentes. Além disso, o Governo do Estado disponibilizará material didático e informativo, com orientações sobre a Lei Maria da Penha, canais de denúncia e serviços de apoio, fortalecendo a rede de proteção já existente.
A capacitação não será obrigatória e quando estiver disponível, os profissionais interessados deverão acessar a plataforma digital do governo do Estado indicada para realizar o curso. Após o cumprimento das etapas, os profissionais capacitados poderão receber a identificação “Agente Multiplicador de Informação de Combate à Violência Doméstica”. A lei também prevê que a plataforma contenha a disponibilização de um formulário de denúncia sigiloso, com garantia de anonimato e orienta que o programa seja parte das Ações da Secretaria da Mulher.
Também assinam o texto como coautores as deputadas Sarah Poncio (SDD), Zeidan (PT), Marina do MST (PT), Elika Takimoto (PT), Dani Monteiro (PSol) e Renata Souza (PSol), além dos parlamentares Vitor Júnior (PDT), Carlos Minc (PSB), Jari Oliveira (PSB), Brazão (União), Dionísio Lins (PP), Renato Machado (PT), Chico Machado (SDD) e Marcelo Dino (União).
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Ao Brasil de Fato, a deputada destacou o papel da rede de proteção para as mulheres no cotidiano e não apenas em delegacias e tribunais. “Ao capacitar profissionais de beleza e transformar salões em espaços de orientação e acolhimento, estamos criando uma rede viva que educa, acolhe e protege. Transformar espaços de confiança em locais de proteção é reafirmar que ninguém deve viver com medo dentro de casa e que, juntos, podemos construir uma sociedade mais justa e igualitária”, disse.
A cabeleireira Camylla Lima vê na inciativa uma forma de fortalecimento das mulheres. “O salão de beleza é mais do que um cuidado estético. Eu já tive o relato de uma cliente sobre o relacionamento abusivo, onde em conversa e transmitindo confiança, pude encorajar a ela dar a volta por cima. As mulheres precisam se sentir capazes e úteis, pois para os homens abusivos, elas não podem ser nada disso”, contou à reportagem.
A manicure Cristina Leandro também aprovou a proposta e valorizou o fato da capacitação ser online e voluntária. “Eu achei a iniciativa muito importante, porque o salão é um lugar onde as clientes se sentem à vontade e acabam compartilhando coisas pessoais. Se nós, profissionais, tivermos orientação para identificar e encaminhar casos de violência, podemos ser um apoio a mais nessa rede de proteção”, comentou.