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Únicas responsáveis

Quase metade das mães brasileiras cria seus filhos sozinha, diz pesquisa

Estudo ouviu mais de 3,6 mil pessoas e mostra desigualdade na divisão de cuidados

23.set.2025 às 20h21
Atualizado em 24.set.2025 às 15h35
São Paulo (SP)
Rodrigo Chagas

Quase metade das mulheres brasileiras que têm filhos vive a realidade de criar os filhos sem a participação da outra pessoa responsável pela criança. O dado é da terceira edição da pesquisa Mulheres Brasileiras e Gênero nos Espaços Público e Privado, realizada pela Fundação Perseu Abramo em parceria com o Serviço Social do Comércio (Sesc). O mesmo levantamento mostra que 45% das mulheres que têm filhos são responsáveis sozinhas pela criação deles e revela que três em cada quatro mulheres no Brasil são mães.

Entre aquelas que têm os filhos menores de idade morando exclusivamente com elas, quase metade (47%) não recebe pensão ou qualquer tipo de contribuição financeira para o sustento das crianças. A divisão do cuidado também é limitada: somente 58% dizem compartilhar responsabilidades com a outra pessoa responsável. Há ainda 27% que nunca compartilham guarda ou cuidados com o outro responsável.

“Sou mãe solteira, o pai dele nunca deu nada, eu não o botei na justiça e ele também nunca procurou. […] O filho é dele, meu!”, relata uma entrevistada de Salvador, de 60 anos, que criou sozinha o filho desde a infância, sem qualquer apoio efetivo do pai.

Com base em 3.661 entrevistas em todas as regiões do país, sendo 2.440 com mulheres, a pesquisa combina análise estatística e 65 entrevistas em profundidade com mulheres cis e trans em cinco capitais. O resultado revela a precariedade e a desigualdade que ainda marcam a experiência da maternidade no Brasil – especialmente quando ela ocorre sem o compartilhamento de responsabilidades parentais.

Mães dedicam quase 15 horas semanais a filhos e afazeres, contra cerca de seis dos parceiros

O levantamento mostra que a carga de trabalho não remunerado permanece desproporcional: mulheres com filhos pequenos dedicam, em média, 14 horas e 55 minutos por semana a atividades de cuidado e afazeres domésticos. Entre os homens na mesma condição, o tempo é de apenas 5 horas e 48 minutos semanais.

Esse desequilíbrio reforça o quadro da dupla jornada enfrentada pelas mães. Mesmo entre mulheres inseridas no mercado de trabalho, a divisão das tarefas domésticas e de cuidado continua sendo marcada pela desigualdade.

39% das brasileiras engravidaram antes dos 18 anos

De acordo com o estudo, 39% das mulheres entrevistadas afirmaram ter engravidado pela primeira vez antes de completar 18 anos. A maioria dessas gestações ocorreu fora de um planejamento e sem estrutura de suporte institucional ou familiar.

A pesquisa mostra que a gravidez na adolescência segue como um fator determinante para a interrupção da trajetória escolar e profissional de muitas mulheres, especialmente entre aquelas de baixa renda e mulheres negras.

Além disso, 23% das mulheres que tiveram relações sexuais tiveram gravidez interrompida ao menos uma vez na vida. O dado revela a magnitude da experiência do aborto no país, ainda marcado por estigmas e por obstáculos ao acesso ao procedimento seguro, inclusive nos casos previstos em lei.

O levantamento também aponta que, entre as mulheres que abortaram, cerca de 70% o fizeram até os 19 anos. Esse dado reforça a relação entre juventude, falta de acesso à informação, políticas de saúde sexual e reprodutiva, e a alta taxa de interrupções de gestação entre adolescentes e jovens adultas.

Uma em cada quatro sofreu violência física ou verbal no parto

A experiência da maternidade no Brasil também é atravessada por violência institucional. A pesquisa identificou que 25% das mulheres entrevistadas relataram ter sofrido violência física ou verbal durante o parto, um dado que se manteve constante desde a edição anterior, realizada em 2010.

As formas de violência obstétrica vão desde procedimentos sem consentimento até xingamentos e negligência durante o atendimento. A incidência é maior entre mulheres negras, jovens e de baixa renda.

Maternidade é a principal razão para mulheres pararem de trabalhar

A conciliação entre trabalho e maternidade ainda é um dos maiores obstáculos para as mulheres no Brasil. Entre as entrevistadas que deixaram o mercado de trabalho, a principal razão apontada foi a chegada dos filhos: quase um terço das mulheres fora do mercado de trabalho afirmaram que deixaram de trabalhar após o nascimento de seus filhos.

Esse dado reforça a sobrecarga enfrentada pelas mulheres, sobretudo quando não há apoio da outra pessoa responsável pela criança. A ausência de políticas públicas de cuidado, como creches acessíveis, e a falta de divisão justa de tarefas domésticas e de cuidado empurram muitas mulheres para fora da vida profissional, mesmo quando há desejo ou necessidade de continuar trabalhando.

Além disso, o estudo mostra que 64% das mulheres fora do mercado de trabalho declaram que gostariam de trabalhar, mas enfrentam barreiras estruturais e sociais, muitas delas diretamente relacionadas à maternidade e à ausência de suporte.

Editado por: Rafael Targino
Tags: abortodesigualdade socialgravidez precocematernidademulheres
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