As últimas pesquisas eleitorais no Rio Grande do Sul têm indicado um avanço dos progressistas. Vários institutos apontam leves avanços de candidatos que representam linhas mais sociais, ao contrário de outros tempos quando o bolsonarismo dominava amplamente. Não significa que o gaúcho mudou de perspectiva, mas coisas novas surgem no horizonte das eleições de 2026, além, é claro, das brigas internas que vêm ocorrendo na direita e extrema direita.
O Instituto Methodus em seu último levantamento, feito nos dias 21 e 22 de setembro, com 1.000 eleitores em 70 municípios gaúchos, mostra que ainda há muitas dúvidas diante das indefinições dos partidos. Com margem de erro de três pontos percentuais, mas nível de confiabilidade de 95%, a pesquisa revela que nomes conhecidos dos candidatos continuam em evidência na cabeça dos votantes. Mas o espírito direitoso ainda é forte. Na questão da aprovação do governo Lula, 29,3% aprovam, 21,4% aprovam em parte e 49,4% não aceitam a atual política federal.
Na avaliação do governo federal, presidido por Lula (PT), 10,9% dos eleitores consideram a administração ótima, 18,0% boa, 23,6% regular, 10,5% ruim e 36,8% péssima. No caso do governo estadual, de Eduardo Leite (PSD), 6,9% avaliam a administração como ótima, 25,3% como boa, 40,6% como regular, 11,1% como ruim e 16,2% como péssima; quanto à aprovação, 33,0% aprovam, 37,4% aprovam em parte e 29,6% não aprovam.
Em simulação espontânea para a eleição presidencial, 18,3% dos eleitores citaram Lula (PT), 12,5% mencionaram Jair Bolsonaro (PL) e 2,2% citaram Tarcísio de Freitas (REP). Mesmo considerando Bolsonaro inelegível e com muitas punições nas costas em função da sua participação no golpe, já julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o povo praticamente desconhece o que aconteceu com ele, acreditando que há possibilidades de reversão.
Na estimulada, Lula tem 23,6%, Michele Bolsonaro, a mulher de Jair, 17,2% e em terceiro Eduardo Leite, 15,3% – mais em função dele ser gaúcho e atual governador. Os outros candidatos como Tarcísio, Ciro, Zema e Caiado aparece com percentuais distantes de Lula. Além disso, 12,4% disseram que votariam em branco ou nulo e 7,8% não souberam responder.
Mesmo estando na liderança do eleitorado gaúcho, a rejeição a Lula é elevada: 49,7%, Michele 34,9% e Eduardo Leite 18,7%. A rejeição é múltipla e sua soma ultrapassa 100%.
Na simulação espontânea para a eleição ao Senado, 2,1% dos eleitores citaram Paulo Pimenta (PT), 1,5% mencionaram Eduardo Leite (PSD) e 1,1% citaram Marcel Van Hattem (Novo). Em seguida aparecem Sanderson (PL) com 0,8%, Manuela D’Ávila (sem partido) com 0,5%, Luiz Carlos Heinze (PP) com 0,4%, Beto Albuquerque (PSB), Paim (PT) e Luciana Genro (Psol) com 0,1% cada. Além disso, 3,0% declararam voto branco ou nulo e 90,4% não souberam responder. Os candidatos ainda não estão totalmente definidos. Faltam definições dos partidos em suas convenções.
Na simulação estimulada para a eleição ao Senado, 32,8% dos eleitores declararam voto em Paulo Pimenta (PT), 30,7% em Manuela D’Ávila (sem partido), 17,0% em Eduardo Leite (PSD), 7,1%, e em Marcel Van Hattem (Novo), 4,8%. Além disso, 3,2% disseram que votariam em branco ou nulo e 1,4% não souberam responder. Os mais rejeitados pelos eleitores são Manuela D’Ávila, Paulo Pimenta, Eduardo Leite e Marcel Van Hattem.
Governo do estado
Ao governo do estado, o candidato que desponta como líder é Eduardo Leite com 10,8% em menção espontânea. Leite não pode concorrer. Seria a sua terceira candidatura, impossível pela legislação eleitoral. Edegar Pretto com 19,2% (PT) e 3,9% citaram Zucco (PL). Em seguida aparecem Gabriel Souza (MDB), candidato de Leite, com 1,2%, Juliana Brizola (PDT) com 0,9%, Sebastião Melo (MDB) com 0,3%. Na estimulada, Edegar Preto com 19,2%, Zucco com 18,8% (PL) e Juliana Brizola com 18,7% aparecem praticamente empatados.
Na simulação de rejeição para a eleição ao governo do estado, 22,8% dos eleitores afirmaram que não votariam de jeito nenhum em Edegar Pretto (PT), 17,7%, em Zucco (PL), 10,8%, em Juliana Brizola (PDT), 10,5%. A rejeição é múltipla e sua soma ultrapassa 100%
Segundo José Carlos Sauer*, da Methodus, os resultados da pesquisa revelam que, mesmo após sua condenação, Jair Bolsonaro (PL) ainda é citado espontaneamente por 12,5% dos eleitores gaúchos para a Presidência, evidenciando a ausência de um substituto que represente seus ideais entre seus apoiadores. Lula (PT), por sua vez, lidera tanto na simulação espontânea quanto na estimulada, mantendo distância segura de seus principais adversários.
Para ele, na simulação espontânea ao governo do estado, o destaque vai para os dois líderes que começam a ganhar preferência dos eleitores – Edegar Pretto (PT – 4,6%) e Zucco (PL – 3,9%).
*Sauer é diretor do Instituto Methodus, especialista em comportamento político e graduado em Filosofia Política. Há mais de 25 anos atende disputas eleitorais, conduzindo pesquisas de opinião, interpretação de dados e análises, além do direcionamento estratégico para campanhas.
