O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou nesta quinta-feira (25) que se a Rússia não interromper a guerra, as autoridades do Kremlin deveriam se certificar de que sabem onde fica o abrigo antiaéreo mais próximo.
Em entrevista à agência Axios, o líder ucraniano afirmou que, durante seu recente encontro com Donald Trump, o presidente estadunidense apoiou ataques ucranianos contra a infraestrutura energética e as fábricas militares da Rússia.
De acordo com Zelensky, a reunião com Trump serviu para abordar um pedido de novas armas de longo alcance que, segundo o presidente ucraniano, forçariam Vladimir Putin a se sentar à mesa de negociações. Zelensky não especificou as armas que Kiev estava solicitando a Washington, mas acrescentou que as usaria se fossem recebidas.
Nesse contexto, ele observou que a Ucrânia não pretende bombardear alvos civis, no entanto, em tom de provocação, insinuou que instalações oficiais do governo russo poderiam se tornar alvos dos ataques de Kiev.
“Eles precisam saber onde ficam os abrigos antiaéreos. Se não pararem a guerra, vão precisar deles de qualquer maneira. Eles precisam saber que sempre responderemos”, afirmou Zelensky.
Em resposta aos comentários de Zelensky, o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia e ex-presidente do país, Dmitry Medvedev, também em tom provocativo, afirmou que abrigos antiaéreos não seriam suficientes para proteger dos ataques que Moscou pode realizar. Ele chegou a chamar o presidente ucraniano de “idiota”.
“O idiota precisa saber de mais uma coisa: a Rússia poderia usar armas contra as quais um abrigo antiaéreo não protegeria. E os americanos deveriam se lembrar disso”, publicou Medvedev nas redes sociais.
A troca de farpas acontece em meio a uma reviravolta na retórica do presidente dos EUA, Donald Trump, em relação à guerra da Ucrânia. Na última terça-feira (25), Trump afirmou que Kiev poderia recuperar todo o seu território perdido para a Rússia durante o conflito. A declaração foi feita na rede social Truth Social após reunião com Zelensky à margem da Assembleia Geral da ONU.
A posição do presidente dos EUA nesta semana contrasta com o posicionamento que Trump vinha manifestando, reconhecendo que a Ucrânia deveria ceder parte do território para conseguir chegar a uma resolução da guerra.