A maior escola em tempo integral do país, em Maricá, região metropolitana do Rio de Janeiro, passou a adotar em seu currículo a disciplina de Mandarim. Mais de 450 alunos do Campus de Educação Pública Transformadora (CEPT) Leonel de Moura Brizola, no distrito de Itaipuaçu, começaram as primeiras aulas do idioma oficial da China na última semana .
O projeto inédito da Prefeitura atende inicialmente 467 alunos do 6° e 7° ano, no âmbito do Programa Escola Trilíngue. A iniciativa transforma a unidade em referência para o ensino em Português, Inglês e, agora também no Mandarim. Além de ampliar o aprendizado por meio do idioma, o objetivo também é promover conhecimento cultural para os estudantes.
“Com a criação de novos CEPTs, vamos expandir esse modelo de excelência para mais jovens, garantindo educação pública de ponta para todos os cantos de Maricá. Conhecimento não é luxo, é direito”, anunciou o prefeito Washington Quaquá (PT) nas redes sociais.
“Por que a China é parte do futuro, a futura potência do mundo. E nós queremos que o jovem, a criança de Maricá, saiba falar inglês e também saiba falar Mandarim. Com isso, nossos estudantes ampliam horizontes, quebram barreiras e se preparam pra competir de igual para igual com qualquer jovem do planeta”, completou.
Ao Brasil de Fato, a diretora do CEPT Leonel Brizola, Nísia Nonato, afirmou que é fundamental os alunos conhecerem a cultura de todos os países, inclusive os asiáticos. Na sala de aula, as crianças em torno de 11 a 14 anos aprendem a falar e escrever em Mandarim com aulas lúdicas, assistem vídeos para conhecer estados e bairros do país e fazem atividades voltadas ao aprendizado da cultura chinesa.
:: Quer receber notícias do Brasil de Fato RJ no seu WhatsApp? ::
Para a diretora escolar, o ensino do Mandarim representa um importante passo para a formação integral e um diferencial humano para os jovens. “A língua, uma das mais faladas no mundo, amplia horizontes culturais e, ao mesmo tempo, desperta curiosidade, disciplina e respeito por outras tradições. Aprender o Mandarim é muito mais do que adquirir um novo idioma: é mergulhar em uma cultura milenar com valores de cooperação, sabedoria e coletividade”, comenta Nonato.
“Para nossos alunos, essa experiência significa preparar-se para um futuro conectado, no qual compreender diferentes culturas será um diferencial humano e profissional. O CEPT reafirma assim seu compromisso em oferecer uma educação transformadora, que rompe fronteiras e coloca nossos jovens em diálogo com o mundo”, completa.
Educação integral e trilíngue
Para o secretário de Educação, Rodrigo Moura, o ensino do Mandarim na grade curricular reafirma o compromisso de Maricá com uma educação integral, que “amplia horizontes, conecta culturas e prepara estudantes para os desafios de um mundo em constante transformação”.
“Vai além de aprender novos idiomas, o que já é bem relevante, é oportunizar uma experiência formativa que integra conhecimento, tecnologia e cidadania, além de os conectarem com o mercado de trabalho e cultura mundial”, explicou à reportagem o professor Moura. A meta do programa é expandir o modelo trilíngue para toda a rede municipal.
O lançamento do programa ocorreu na última semana com a presença do cônsul-geral interino da China no Rio de Janeiro, Wang Haitao e de outras autoridades. Representantes do Instituto Confúcio, da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio), participaram da entrega simbólica de livros para a escola. Os alunos apresentaram danças tradicionais e acompanharam palestras ministradas pelos professores Zhang Dejun, sobre a língua chinesa, e Duan Shiguang, que falou da música e artes.
Outros idiomas
A rede pública municipal conta com 10 escolas de ensino bilíngue para alunos do fundamental I (1º ao 5° ano) e fundamental II (6° ao 9° ano). Dentre as aulas estrangeiras, estão: Francês, Espanhol, Alemão, Inglês e, agora, o Mandarim.
O CEPT de Itapipuaçu foi o primeiro a implementar o Programa Interfronteiras, que desenvolve habilidades linguísticas e socioculturais dos alunos, em parceria com consulados, embaixadas e institutos de outros países. Atualmente, o programa conta com parcerias com instituições representantes da China, Espanha, França, Escócia, Alemanha, Chile, México e Austrália.