É uma máxima colocada desde meados do século XIX, no Manifesto Comunista, que os interesses particulares do partido não podem se sobrepor aos interesses gerais da classe. O tempo passou e hoje poderíamos atualizar afirmando que os interesses particulares dos grupos, correntes e parlamentares de esquerda não podem se sobrepor aos interesses gerais da classe trabalhadora.
Isso vale fortemente para as mobilizações gerais realizadas no Distrito Federal. A manifestação do dia 21 de setembro teve grande êxito devido a vários fatores. Um deles foi a forma em que foi programada: participativa e sem exclusões.
Trata-se de um enorme contraste com as manifestações organizadas pela Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo no DF. Essas duas Frentes, por mais importantes e representativas que sejam, não contemplam todas as entidades, organizações e lideranças do campo progressista. Quando organizam as mobilizações excluindo quem não as integra – e às vezes até quem as integra – contribuem para diminuir o alcance das mesmas. Basta ver a enorme diferença entre a manifestação do 7 de setembro e a do dia 21 de setembro no Distrito Federal.
A luta antifascista, vale dizer, antibolsonarista, deve ser baseada em ampla unidade. São igualmente equivocadas as posturas sectárias e as posturas hegemonistas.
Há alguns anos estamos vivendo um forte enfrentamento com a extrema direita bolsonarista, de característica fascista. A possibilidade de êxito nessa disputa depende de vários fatores, um deles é a superação de toda forma de estreiteza e sectarismos políticos. A isso dá-se o nome de “consciência de classe”.
*Clayton Avelar é presidente do Sindsasc.
**Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato DF.
