Neste sábado (27), a partir das 13 horas, uma série de atividades voltadas para mulheres acontecem na Vila Santa Luzia, comunidade no bairro da Torre, zona oeste do Recife. Integralmente gratuita, a programação do Chama Elas traz formação política e empoderamento feminino e, claro, arte. As atividades acontecem no Centro de Educação Popular e Assistência Social de Pernambuco (Cepas), cuja entrada fica na rua Jornalista Luiz Teixeira.
A tarde começa com uma roda de diálogo que passa por temas como violência contra a mulher na cena hip hop, a arte como resistência feminina, saúde sexual e justiça reprodutiva. Participam da atividade referências no tema, como Daniela Rodrigues (da ong SOS Corpo), Bernadete Alves (Cepas), a rapper Mariana Oliveira e a liderança antiproibicionista Débora Aguiar. A atividade é mediada por Dajdathy Andrade (do Cores do Amanhã). Em paralelo, acontece uma roda de capoeira e as artistas Tatiane Naara e Edgleice Barbosa grafitam muros na comunidade.
A tarde também tem performances de breaking das caruaruenses do Mulheriu Gang Crew (Vênus e B-Girl Caracol) e San Kerolayne. E às 16 horas, com os beats da DJ Renna, tem início a Batalha da Escadaria, numa edição organizada pela Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop (FNMH2PE), valendo, para as duas finalistas, uma premiação em dinheiro e vagas para o Duelo de MCs de Pernambuco. A programação também prevê shows da sertaneja NIX Machine (de Arcoverde), Mc Lety, Cosmus e Rap de Afoitas, que contarão com participações de Mariana Oliveira, Juana, Majesgabi e Treice.
O Chama Elas foi idealizado pela produtora, arte-educadora e rapper Fabiana Costa, a Fabidonas, pioneira do hip hop feito por mulheres em Pernambuco. O objetivo do evento, segundo a realizadora, é unir arte e empoderamento feminino e periférico. “É o encontro da arte com a luta, tendo o protagonismo da periferia. É o hip hop com as vozes potentes das mulheres negras, periféricas, indígenas e LBTs”, celebra Fabidonas.
A mestra de cerimônia Nanny Nagô comemorou a escolha da Vila Santa Luzia para o evento. “É reconhecer este local como espaço de criação, resistência e potencial, garantindo que essas mulheres tenham acesso, voz e destaque onde vivem”, pontuou. A programação também prevê um brechó solidário no Cepas, vendendo acessórios, quadros, roupas, zines e outros itens criados pelas artistas do hip hop pernambucano, buscando incentivar o consumo solidário e territorial.
O evento recebe recursos públicos federais via Política Nacional Aldir Blanc (Pnab), através de seleção da Secretaria de Cultura do Governo de Pernambuco. A realização é da Chama Elas Produções, com apoio da FNMH2PE, Associação Metropolitana de Hip Hop (H2PE), da Batalha da Escadaria, SOS Corpo, Gestos, Cepas e Secretaria de Inovação Urbana da Prefeitura do Recife.