Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Rádio Brasil de Fato

OUTRA VEZ

Greenpeace acusa JBS de ‘lavar gado’ em área de desmatamento

Rebanhos que abasteces frigorífico no Pará teriam origem em grande propriedade com histórico de crimes ambientais

29.set.2025 às 21h28
Atualizado em 01.out.2025 às 14h51
São Paulo (SP)
Carolina Bataier
Greenpeace acusa JBS de ‘lavar gado’ em área de desmatamento

Sobrevoos evidenciam prática de lavagem de gado em fazendas fornecedoras de bovinos, no Pará

Mesmo após firmar compromissos ambientais, a JBS, maior empresa do ramo de proteína animal do mundo, segue comprando bovinos com origem de áreas desmatadas.

A denúncia, apresentada pelo Greenpeace Brasil nesta segunda-feira (29), revela que animais criados em áreas embargadas e desmatadas ilegalmente na Amazônia foram repassados para uma fazenda intermediária e, em seguida, vendidos ao frigorífico da JBS que fica em Santana do Araguaia (PA). A empresa nega as acusações.

O estudo do Greenpeace indica que o gado teve origem na fazenda Nova Orleans, propriedade com mais de 10 mil hectares e embargada pelo Ibama em 2011 e 2018.

Dados de movimentação de animais revelam que, entre 2018 e 2023, quase 2 mil bois foram transferidos para outra propriedade, a Rancho Alegre — que, por sua vez, entregou pelo menos 841 bois ao frigorífico da JBS em menos de um ano. Entre 2018 e 2024, a Rancho Alegre, com seus 64 hectares, fez 129 entregas para a JBS de Santana do Araguaia (PA).

A partir de consulta ao Cadastro Ambiental Rural (CAR) do Pará, o Greenpeace Brasil constatou que a Fazenda Nova Orleans possui área de 10.574 hectares, equivalente 48 vezes o Parque Ibirapuera, na capital paulista. Já a Chácara Rancho Alegre tem apenas 64 hectares, ou seja, 165 vezes menor que a Nova Orleans. Mesmo com a pequena área, o índice de produtividade ali é alto, indicando irregularidades.

“É uma fazenda com uma produtividade muito alta, num espaço muito pequeno. Tem o fluxo de animais da Nova Orleans para Rancho Alegre e é uma fazenda que não tem estruturas de uma fazenda com alta produtividade”, destaca Cristiane Mazzetti, a coordenadora da frente de Desmatamento Zero do Greenpeace Brasil.

Em sobrevoos pela área, a equipe do Greenpeace pôde avaliar as estruturas da fazenda. “A gente não vê ali nem pasto com diversas cercas, nem estrutura pro boi tomar água, nem estrutura para concentrar os bois. Então, não conseguimos ver essas estruturas que levaria a uma conclusão de que a fazenda consegue receber e dar conta de muitos animais ao mesmo tempo”, diz Mazzeti. Ela explica que esse é um indício de que os rebanhos ficariam na área somente para gerar os documentos que desvinculam os animais da área de origem, onde há passivo ambiental.

Conhecida como lavagem de gado ou triangulação, a prática consiste em transferir animais criados em áreas embargadas para propriedades “limpas”, a fim de emitir novas Guias de Trânsito Animal (GTAs) — o documento oficial para transporte animal no Brasil — e dar aparência de legalidade antes da venda a frigoríficos exportadores. Esse tipo de fraude, conhecida como lavagem ou esquentamento de gado, é utilizada para burlar a fiscalização.

Segundo o relatório do Greenpeace, o caso demonstra que mesmo após inúmeras promessas, a JBS continua ligada ao desmatamento e outras irregularidades ambientais.

“Em vez de cumprir seus compromissos antigos, a empresa, ao não monitorar adequadamente a sua cadeia produtiva, empurra a floresta para o ponto de não retorno e acelera a emergência climática”, indica o documento.

Em resposta ao Brasil de Fato, a JBS afirma que o Greenpeace “falhou em demonstrar o trânsito do gado da fazenda Nova Orleans para fábricas da JBS. Auditoria das compras apontadas pelo Greenpeace constatou que todas seguiram a Política de Compra Responsável de Matéria Prima da Companhia e o protocolo setorial”.

A empresa afirma que bloqueou preventivamente a Chácara Rancho Alegre e solicitou esclarecimentos à proprietária.

Não é a primeira vez

Em agosto deste ano, a JBS foi autuada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) em um caso semelhante. A fiscalização, realizada no âmbito da terceira fase da Operação Carne Fria, que investiga empresas pela prática de lavagem de gado, autuou uma unidade da empresa e notificou outra, ambas no Pará.

A empresa já foi sancionada nas etapas anteriores da operação do Ibama. Em 2024, filiais da JBS no Pará foram multadas no valor inicial de R$ 615,5 mil. Em 2017, na primeira fase da Carne Fria, o Ibama identificou a venda de 58 mil cabeças de gado de áreas embargadas. Desse total, 90% foi destinada aos frigoríficos da JBS em Redenção e Santana do Araguaia, ambas cidades do Pará.

“Enquanto os frigoríficos não monitorarem toda a cadeia de ponta a ponta, vai existir contaminação e eles vão continuar contribuindo com o problema do desmatamento na Amazônia”, Cristiane Mazzetti, a coordenadora da frente de Desmatamento Zero do Greenpeace Brasil.

A empresa se apresenta publicamente como sustentável e garante que fiscaliza 100% dos seus fornecedores por meio de imagens de satélite de alta resolução e cruzamento de informações de bases oficiais.

“Desde 2021, a companhia implementou a Plataforma Pecuária Transparente, que utiliza tecnologia blockchain e permite aos fornecedores da JBS verificar a conformidade de seus próprios fornecedores, assim enfrentando o desafio setorial de acesso à informação — a indústria não tem acesso a Guias de Trânsito Animal”, informa a JBS, por meio de nota enviada ao Brasil de Fato.

Desmatamento e trabalho escravo

Em nome de Mário Biernaski, a Fazenda Nova Orleans conta com pelo menos dois embargos do Ibama. Em julho de 2011, o instituto registrou um embargo e um auto de infração na área referente a um desmatamento de 1.168,63 hectares de floresta nativa. A autuação resultou em multa de R$ 8,7 milhões que depois foi baixada por prescrição da pretensão punitiva, quando o Estado perde o prazo legal de cinco anos para aplicar a sanção. A área segue embargada conforme certidão emitida pelo Ibama em agosto de 2025.

Um segundo embargo foi registrado em nome de Mário Biernaski em 2018 na mesma fazenda.

Em 2005, o nome de Biernaski foi inserido na lista suja do trabalho escravo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Segundo os registros, 29 trabalhadores foram resgatados na fazenda Nova Orleans. Eles eram explorados para realizar desmatamento para o aumento da área de pastagem.

A reportagem do Brasil de Fato tentou localizar Biernaski através de contato de seu antigo escritório de advocacia e por um número de telefone que estaria vinculado à propriedade Rancho Alegre, sem sucesso. O espaço segue aberto à eventual manifestação.

Editado por: Maria Teresa Cruz

|

Newsletter



    Editorial BdFPonto

    • Quem Somos
    • Publicidade
    • Contato
    • Política de Privacidade
    • Política
    • Internacional
    • Direitos
    • Bem Viver
    • Socioambiental
    • Opinião
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul

    Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

    Nenhum resultado
    Ver todos os resultados
    • Apoie
    • TV BDF
    • Regionais
      • Bahia
      • Ceará
      • Distrito Federal
      • Minas Gerais
      • Paraíba
      • Paraná
      • Pernambuco
      • Rio de Janeiro
      • Rio Grande do Sul
    • Rádio Brasil De Fato
      • Radioagência
      • Podcasts
      • Seja Parceiro
      • Programação
    • Política
      • Eleições
    • Internacional
    • Direitos
      • Direitos Humanos
    • Bem Viver
      • Agroecologia
      • Cultura
    • Opinião
    • DOC BDF
    • Brasil
    • Cidades
    • Economia
    • Editorial
    • Educação
    • Entrevistas
    • Especial
    • Esportes
    • Geral
    • Saúde
    • Segurança Pública
    • Socioambiental
    • Transporte
    • Correspondentes
      • Sahel
      • Rússia
      • EUA
      • Cuba
      • Venezuela
      • China
    • English
      • Brazil
      • BRICS
      • Climate
      • Culture
      • Interviews
      • Opinion
      • Politics
      • Struggles

    Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.