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Discussões resultantes do processo de formação do Programa de Agentes Educadoras e Educadores Populares de Saúde (AgPopSUS), que tem como principal objetivo estimular ações de promoção da saúde.

Juventude e saúde popular: Ajurcc forma educadores no AgPopSUS em Campina Grande

O AgPopSUS foi vivido como uma ferramenta de transformação

Por Joyce Gomes* e Magda Moura**

O Programa de Formação de Agentes Educadores e Educadoras Populares de Saúde, conhecido como AgPopSUS, foi realizado entre novembro de 2024 e julho de 2025 pela Associação de Juventudes, Cultura e Cidadania (Ajurcc), em Campina Grande. As atividades aconteceram nas Casas de Cultura e Cidadania de São José da Mata e do José Pinheiro.

A iniciativa, proposta pelo Ministério da Saúde por meio da Fiocruz, foi inspirada na experiência dos movimentos populares durante a pandemia da COVID-19, quando a solidariedade comunitária foi decisiva para salvar vidas. O programa buscou fortalecer o protagonismo popular, unir saberes da educação e da saúde, além de valorizar práticas tradicionais e coletivas de cuidado.

Formação do AgPopSUS no bairro José Pinheiro, em Campina Grande (PB) | Crédito: Assesoria Ajurcc

Mais de 40 pessoas participaram do curso oferecido pela Ajurcc, que seguiu a Pedagogia da Alternância – articulando o “Tempo Escola” (atividades formativas) e o “Tempo Comunidade” (ações nos territórios). Os encontros abordaram temas como educação popular, a formação do povo brasileiro, o Sistema Único de Saúde (SUS), práticas de cuidado, soberania alimentar e luta contra os agrotóxicos. No último eixo, cada núcleo escolheu sua própria temática: comunidades quilombolas em São José da Mata e saúde mental com foco na luta antimanicomial no José Pinheiro.

As atividades foram conduzidas pelos educadores Magda Moura e João Victor Calixto, com apoio de Auxiliadora Dantas e Bruno Cavalcante. Os encontros incluíam rodas de conversa, místicas, leituras coletivas, produção de cartazes e visitas a unidades de saúde do SUS, como policlínicas e postos de atenção básica. O método estimulou a reflexão crítica, a troca de saberes e o fortalecimento dos laços comunitários.

Os depoimentos dos participantes mostram o impacto da formação: “Esse curso despertou em mim buscar mais e entender como funciona o SUS. Hoje ajudo as pessoas a buscarem seus direitos nos postos de saúde dentro da minha comunidade”, relatou Odete Soares Silva.

Já para Joselita de Sousa Lira, o curso acrescentou muito conhecimento com relação ao SUS. “Vivenciamos várias experiências e resgatamos práticas de cuidados que aprendemos com nossos ancestrais”, explicou.

Mesmo diante de dificuldades organizativas e administrativas, o AgPopSUS foi vivido como uma ferramenta de transformação. Entre os pontos mais destacados estão a diversidade do público, o engajamento dos educandos e a criação de novas possibilidades de futuro a partir dos conhecimentos compartilhados.

Neste mês em que se celebra o Dia da Juventude no Brasil, em 22 de setembro, a experiência do AgPopSUS na Ajurcc reafirma o papel central da juventude na luta pela saúde, pela cultura e pela cidadania. Formar jovens educadores populares é investir no futuro, mas também no presente: construir comunidades mais saudáveis, solidárias e participativas.

*Joyce Gomes é educadora popular e integrante da Associação de Juventudes, Cultura e Cidadania (AJURCC), atuou como coordenadora político-pedagógica na referida edição.

**Magda Moura é educadora popular e integrante da AJURCC, atuou como educadora junto à turma de agentes.

***Este é um artigo de opinião e não necessariamente representa a linha editorial do Brasil de Fato.

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