As estrelas estão brilhando no céu? Sim. E a MamaKilla, a Lua? Sim, brilha lá no alto…
E como posso perceber essa Presença maravilhosa que brilha, resplandece?
Podemos tentar, com amor e a ajuda da Graça, converter a força de todos os fragmentos em Presença. E assim sentir a essência de viver em amizade com o Todo.
Estamos vivos!
A sabedoria, a compreensão, é perceber e não perder a verdadeira perspectiva de estar vivo, para não se deixar absorver totalmente pelas suas dúvidas emocionais, pelas complexidades dos problemas e perder o que chega em silêncio agora: a Vida.
Se perdermos essa perspectiva e, num momento final, acordarmos, já será tarde e estaremos partindo, estaremos diante da porta de saída e não teremos aprendido nem desfrutado da descoberta mais sensacional, que está escondida em: Estou viva, vivo! É uma perda de alcance cósmico…

Em um breve momento da Vida, chega o final, intenso e pleno, e pronto! Não temos o controle, não o temos. Não somos vítimas, nem mesmo culpados de nada, mas naturalmente o que nasce é destruído pela mesma força que o trouxe a esta Vida. E não podemos sair dessa lei, exceto por um pequeno detalhe que nos foi presenteado, como o mais precioso e belo.
Uma porta, um umbral, um salto para o Jardim, e isso é “estar consciente de Ser”. O despertar, lembrar que somos conscientes, é o que faz reverter esses processos naturais.
Embora não existam sistemas de rebobinar, há a possibilidade de estar consciente do Agora e assim poder apreciar não o que nos distrai, mas o que É.
E o que é agora?
O fluxo sempre novo da Vida em nós e em tudo o que percebemos e que, além disso, é Atemporal…

Embora você não perceba, essa mesa e as cadeiras onde você toma café da manhã são agora novas; sua mãe, seu marido são novos, renovados neste dia, neste momento presente…
Se você está consciente, pode ter uma perspectiva que se fundamenta na Vida e não em uma memória fragmentada, na qual você é um recém-chegado junto com o Todo…
A Sadhana, o Ensinamento da Mística Andina, revela o sentido de existir, de viver neste Oceano Infinito e seu vínculo com a Totalidade da Vida.
Você sabe, é simples e obscuro ao mesmo tempo, porque fomos educados na responsabilidade material – incluindo os seres que nos importam. Sua segurança material está acima da qualidade de vida que é dada pela compreensão da possibilidade de estar consciente do Jardim de Instantes da Existência.
Nestes dias, celebramos o 24º aniversário da chegada ao Brasil desta arte de celebrar o Jardim de Instantes; muitos dirão que foi coincidência, mas não foi.
Embora não percebamos, existe um Fluxo Universal de Vida Inteligente que desejou e tentou essa chegada para distribuir as sementes incas; as quais, se são nutridas, nos revelam o segredo final, que é a gratidão total por este breve momento de vida no Jardim Pachamama, que também chamamos de Consciência Pachamama…
O Infinito chegou ao finito, para fazer a alquimia do Retorno através do finito novamente ao Jardim Lar do Coração, transformando o pó em algo que não tem preço.
“Viver unido ao meu alento
é viver na consciência do verdadeiro ser
que vive através de mim.
Não sou este corpo que parece limitar-me.
Sou o espaço em que aparece o alento que o nutre e envolve.
O oceano vivo em que se move e existe.
A Mãe amorosa que o sustenta.”
Aprendemos a tomar algo muito comum, a consciência do alento, do agora, do presente do fluxo de vida, e o transformamos em algo que é incomum, porque é Infinito…

E como posso perceber essa Presença maravilhosa?
Sentir que estou vivo e que é a Vida fluindo neste corpo que me permite conectar com toda a Existência.
Estamos vivos! Celebremos!
Ficou curiosa, curioso? Saiba mais aqui.
* Isolda Marie Flores, ativista da Nación Pachamama.
** Este é um artigo de opinião e não necessariamente representa a linha editorial do Brasil do Fato.