Ó doce manancial,
portador de vida,
deixe-me perguntar-te,
onde está tua fonte?
Qual é a mensagem de tuas águas?
Brotas devagar e delicadamente,
sem fazer ruído, como minhas lágrimas,
escondidas das pessoas.
Quando falamos em “semear” que imagem te vem à mente? Logo imaginas jogar uma semente na terra. Sim, essa é uma forma, mas também pode significar a arte de dar. É como quando você está transbordando de alegria e sente uma vontade enorme de compartilhar tudo o que está sentindo, ou quando lê um bom livro e quer que outras pessoas conheçam aquela história.
Há muitas formas de dar, assim como há muitos níveis e dimensões no ato sagrado de receber. Uma delas é a gratidão do coração, orando e irradiando para a Vida que nos dá tudo que temos e somos. E ainda há outra mais profunda, que é semear as sementes que recebemos.
Isso é o que a Escola Solar Andina chama de semeadura em nossos ciclos. Ocorre entre os líderes sábios, que sentem a necessidade de compartilhar os ensinamentos, de convidar outros a fazer parte da aventura da consciência. Ao que nós chamamos de Minka, um serviço ou doação social. É oferecer o convite para embarcar no barco comunitário e compartilhar o esforço de enraizar e nutrir um sonho coletivo luminoso para cumprir a parte do Plano que nos cabe.
Quem faz essa “semeadura”?
São os Amautas, que são líderes em treinamento. A missão deles é plantar a “semente de diamante” do despertar nas pessoas. Eles são como heróis e heroínas modernos que ajudam na transformação do planeta. E plantar consciência e disciplina entre as pessoas é uma aventura e um não-fazer que rompe com a visão social de guardar para nós mesmos as bênçãos, dons e presentes espirituais, energéticos e materiais que recebemos.
Essa semeadura ocorre acompanhando os ciclos de Pachamama. É nesses ciclos que chega o chamado e a oportunidade de vivenciar uma prática ancestral. Todos estamos convidados nesse momento em que Pachamama está aberta a atender e escutar nossos pedidos e esforços sinceros de vencermos a velha visão de nós mesmos e vivermos com vigor uma vida inspirada e iluminada de Jardineiros de Pachamama, levando a todos que nos rodeiam a clareza de que o essencial neste momento planetário é estarmos despertos e conscientes da nossa missão e do nosso compromisso com a Vida.
Pachamama é o Ser deste Planeta em suas dez dimensões e nos imensos espaços sutis. O Propósito deste Logos é tornar-se sagrado, ou seja, passar pela Iniciação em que estamos imersos. Este Propósito está estruturado em uma visão que chamamos de Plano de Pachamama.
Todos nós podemos colaborar, dentro da nossa singularidade, com o desenvolvimento deste Plano que se realiza por meio da Humanidade. Como amigos e amigas da Consciência Pachamama, temos a responsabilidade de compreendê-lo e fazer todo o possível, em nossa vida cotidiana, para expressar seu sentido e compreensão, e uma dessas possibilidades é Semear.
Temos que despertar, encher-nos de entusiasmo e contribuir para o bem-estar de todas as criaturas do planeta. A este esforço coletivo chamamos Consciência Pachamama, uma única entidade orgânica de amor, compreensão e responsabilidade mútua.
Só assim poderemos alcançar a felicidade, quando todos os seres que nos rodeiam puderem desfrutar do Jardim de Pachamama… É agora ou nunca! É aqui – em nenhum outro lugar, é agora, ou em nenhum outro momento. Somos filhas e filhos do instante, aqui está pulsando a Vida. Está nascendo agora, é tão essencial que lembres a cada momento dessa compreensão. Essa recordação é a porta para o Jardim de Instantes. E a cada instante chega esse alento misericordioso da Vida.
Neste tempo, é necessária a resposta coletiva. Se tratas de continuar sozinho, te fechas nas razões do egoísmo e não és parte do esforço comum para um renascer planetário. Podemos nos irmanar a todos os seres vivos e ser um simples jardineiro na família planetária, semeando flores no Jardim de Pachamama.
* Mestres Andinos
** Este é um artigo de opinião e não necessariamente representa a linha editorial do Brasil do Fato.
