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Zema, candidato a ditador, retrato da pequenez das elites mineiras

Declaração comprova desprezo de Zema pela democracia

Romeu Zema é um governador sem brilho, sem ideias próprias, sem projeto de governo, muito menos de Estado, afinal, não se pode chamar de projeto a obsessão pela venda do patrimônio público.

É também um governador autoritário, haja vista sua total falta de diálogo com o funcionalismo público, com os movimentos e sindicatos e com os deputados estaduais; o esvaziamento das instâncias de participação, conselhos e conferências ao longo de seus mandatos e a maneira como conduziu o acordo de reparação dos crimes da Vale em Brumadinho. Zema privilegiou o diálogo com a criminosa e excluiu os atingidos.

Seu projeto autoritário é de extrema direita em termos econômicos, políticos, morais e é anticientífico. É assim que, por exemplo, afirmou durante a pandemia que o “vírus precisava circular” e segue negando a gravidade da tentativa de golpe de estado que culminou no 8 de janeiro de 2023.   

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As insanidades e demonstrações públicas de ignorância e autoritarismo são muitas e vêm desde a campanha de 2018. Apesar disso, ou também por isso, tem contado com o total apoio das elites econômicas e empresariais e a benevolência dos veículos de imprensa dirigidos por estas elites.

Elites tacanhas

Sua declaração, nesta semana, relativizando a existência da ditadura militar, confirma que seu mergulho rumo ao abismo da decência não tem limite, numa clara demonstração de nenhum compromisso republicano ou democrático por parte da burguesia do estado. Zema é a expressão da pobreza de espírito e de projeto da burguesia mineira.

Essa elite que outrora gestou estadistas que construíram as bases para o desenvolvimento do estado, ainda que nos limites de um capitalismo dependente. Agora, se assumem declaradamente como meros mercadores, aves de rapina, sem qualquer projeto de futuro para o estado.

É bom ficarmos atentos aos candidatos a ditador

A sincera declaração do governador de que anistiaria Bolsonaro dos crimes de organização criminosa, abolição do estado democrático de direito e tentativa de golpe, somada ao afago a ditadura, comprovam seu desprezo pela democracia e sua candidatura a ditador a serviço dos interesses do capital.

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A julgar pela postura das nossas elites ao longo dos séculos –  inclusive o último golpe, o golpe do impeachment contra Dilma Rousseff, em 2016 – nos mostra que é bom ficarmos atentos aos candidatos a ditador. Eles sempre encontram um lugar ao sol quando as elites decidem que já não querem mais brincar de democracia.

Que o povo mineiro interrompa quanto antes essa trajetória política nefasta.

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