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EUA vê sua hegemonia ruir e atacam Brasil e América Latina para conter declínio

América do Sul está sob ameaça de conflito armado

As peças no xadrez geopolítico global tiveram uma movimentação importante na última sexta-feira, quando o presidente dos EUA Donald Trump recebeu no Alasca, com honras de chefe de Estado, o presidente da Rússia, Vladmir Putin.

Há quem diga que o mundo amanheceu outro após este encontro. O conflito na Ucrânia foi objeto de debate e a agenda sinaliza uma mudança de postura da potência norte-americana em relação a seus aliados europeus. Se antes não havia nem conversa com o inimigo russo, no governo Trump os EUA estão dispostos a negociar concessões – a serem feitas pelo aliado de longa data, a Ucrânia – para encerrar o conflito.

América Latina

A realidade é que, vendo sua hegemonia ruir frente à ascensão de outras potências econômicas, políticas e culturais no mundo, os EUA sob o governo de extrema-direita de Donald Trump querem manter sua posição a qualquer custo. Isso explica também a ofensiva contra os países da América Latina, a quem consideram seu “quintal”.

EUA vê sua hegemonia ruir

O Brasil é peça chave nesse projeto de dominação regional e, por isso, tentam interferir no judiciário brasileiro em favor do seu aliado Jair Bolsonaro, cúmplice desse projeto de subserviência ao projeto norte-americano.

O tarifaço imposto ao povo brasileiro e as sanções pessoais aos ministros da Suprema Corte brasileira são ataques frontais, ilegais e inaceitáveis à soberania brasileira. O governo Lula e o judiciário brasileiro acertaram ao responder, com altivez, que não cederemos a pressões de força e que o judiciário brasileiro é assunto do povo brasileiro, e de ninguém mais.

Outro sinal do cerco à América Latina é a intensificação da pressão sobre o povo venezuelano, que já eram alvo de criminosas sanções comerciais por parte dos EUA como forma de interferir no processo político interno a esse país. Navios de guerra e mais de 4 mil fuzileiros navais – uma força desproporcional – estão na costa do país sob a esdrúxula justificativa de combater o tráfico de drogas.

Por ação unilateral do governo norte-americano, a América do Sul se vê sob a ameaça de conflito armado em nosso território.

Multipolaridade

Seja na relação com adversários, seja até na relação com aliados, o objetivo dos EUA é um só: assegurar a continuidade da sua dominação sobre os povos do mundo, mesmo que isso custe vidas e drene recursos, até mesmo do seu próprio povo, massivamente enviado aos campos de batalha pelo mundo.

A ordem mundial organizada sob apenas um poder tem se tornado cada vez mais insustentável. Pelo bem da humanidade, enfrentar o imperialismo norte-americano e construir uma ordem mundial multipolar é passo necessário para a construção de um mundo mais justo e com fraternidade, justiça e paz entre os povos do planeta.

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