Aquela frase do Pedro Casaldáliga “na dúvida, fique ao lado dos pobres”, que parecia haver alcançado o Planalto com o governo Lula, se faz bloqueada pelo corte de recursos imposto ao executivo por golpistas que dominam o legislativo.
O objetivo é manietar, desmoralizar e impedir a reeleição de um projeto de nação minimamente comprometido com equidade, a justiça fiscal e a soberania nacional. Pretendem que nada daquilo que se oponha à extrapolação de negociatas conduzidas por bancadas serviçais a interesses dos Bancos, das Bets, das Boiadas ecocidas, dos Agrotóxicos e das malícias do velho testamento sob interpretação das igrejas de Mamon, prospere.
Todos se juntaram num projeto de atropelamento daqueles mandamentos inocentemente puros, que recomendavam amar ao próximo, não levantar falso testemunho, não invocar o nome de deus em vão, além de não roubar nem cobiçar as coisas alheias. O tratamento oferecido à Marina Silva e às propostas de Fernando Haddad não deixam dúvidas quanto a isso. Essencialmente, e contra preceitos de justiça social, os conluios pautados por interesses pouco defensáveis, contaminados por evidências da degradação ética, moral e civilizatória, continuam prosperando entre golpistas desesperados diante dos riscos de desmascaramento de quem são.
Paradoxalmente este desafio gigantesco, que envolve as traições do Huguinho (acolherado a mais de 300 Zezinhos e Luizinhos que radicalizam nos rosnados, ameaças de bloqueios a projetos de governo, de tentativas de desmoralização do STF e ameaças de anistia aos patriotários malucos e seus líderes), também abre oportunidade para uma saída constitucionalmente viável, pela democracia participativa.
Via política: o governo Lula precisa encarar a necessidade de confronto, que agora é inegável, e se impõe. O governo foi chamado a explicitar, sem provocações, o que está acontecendo. É o momento de mostrar para o Brasil que apenas com grandes manifestações do povo, unido, será possível alcançar sua inclusão no orçamento nacional. A ideia de que o povo deve ser incluído no orçamento, porque é solução, e não problema, está em jogo. Isto exige que os ricos e os rentistas paguem impostos compatíveis com suas condições.
Trata-se de algo claro: o apoio a um projeto de pais includente dependerá do esclarecimento nacional a respeito de quão justas são aquelas intenções de transferir para grupos de rentistas, que envolvem menos de 0,1% dos brasileiros, parte daquela carga brutal que hoje amarga a vida dos milhões que dependem da venda de trabalho em mercados desiguais, controlados por oligopólios acobertados por maus representantes do povo, que se aglutinam naquelas bancadas BBB, contra um projeto de pais. Trata-se também de esclarecer quem se beneficia dos bloqueios às alternativas propostas pelo Ministro Haddad.
Aqueles, os maus brasileiros que exigem cortes na saúde, na educação, nas aposentadorias, estão fazendo por manietar o governo, impedir reduções nas despesas com energia elétrica, bloquear movimentos de justiça tributária, e isenção de imposto de renda para rendas inferiores a R$ 5 mil/mês. Eles precisam ser desmascarados e é isso que mais temem.
A saída da crise atual é viável, e será pela porta da frente. Haddad e Lula parecem estar assumido isso, a julgar pela clareza de suas falas, por ocasião do lançamento do Plano Safra para o agronegócio, e do plano safra para a agricultura familiar.
Aliás, também foi finalmente lançado o Pnara, programa nacional para redução de agrotóxicos, que se avançar nas regulamentações poderá frear o uso de agrotóxicos como arma de guerra, verdadeiro instrumento para geração de áreas de sacrifício, e assim viabilizar transição para processos produtivos mais adequados às necessidades da saúde humana e ambiental.
No campo dos agrotóxicos estes movimentos da política se apoiam em discussões robustas envolvendo publicações da parceria Abrasco-Fiocruz sobre os danos causados por aqueles venenos sobre a saúde reprodutiva humana.
Destaca-se, neste tema o Dossiê danos dos agrotóxicos na saúde reprodutiva : conhecer e agir em defesa da vida, disponível gratuitamente, trata-se de leitura indispensável para combate das mitologias difundidas pela bancada ruralista e seus prepostos, que se espalham como praga por todo o pais e que, conforme denúncia recente, se associam de forma pouco clara aos financiadores do golpe .
Para concluir, um samba do Diogo Nogueira e alguns pensamentos de Ailton Krenak.
*Este é um artigo de opinião e não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.