No dia 10 de fevereiro, o Partido das Trabalhadoras e dos Trabalhadores (PT) completou 45 anos. Ao longo de sua história, o PT se consolidou como um dos maiores partidos de esquerda da América Latina, sendo protagonista das principais lutas sociais do Brasil.
Desde a sua fundação, ousou disputar o poder para transformar a política e garantir que as demandas dos movimentos populares fossem incorporadas pelo Estado. Das nove eleições presidenciais que disputou, venceu cinco e ficou em segundo lugar nas outras quatro. Além disso, alcançou todo o país, governando estados, municípios e ocupando prefeituras, câmaras municipais e assembleias legislativas, sempre com compromisso popular.
Belo Horizonte se tornou um dos principais territórios de atuação do PT, construindo um legado no Legislativo e no Executivo. Desde 1980, o partido esteve presente na Câmara Municipal, tornando-se a maior bancada no fim da década e desempenhando papel essencial na redação da Lei Orgânica Municipal e na estruturação de políticas públicas.
Histórico de gestões progressistas
Já em 1992, com a eleição de Patrus Ananias, o PT assumiu a prefeitura pela primeira vez e iniciou um novo modelo de governança, baseado na participação popular e na inversão de prioridades, levando investimentos para vilas, favelas e periferias historicamente negligenciadas.
As gestões de Patrus Ananias e de seu vice e sucessor, Célio de Castro, transformaram a cidade. Foram implementados programas inovadores, como o Orçamento Participativo, a Política Municipal de Habitação e o Programa Estrutural de Áreas de Risco, que garantiram dignidade, moradia e urbanização para milhares de famílias. A cultura popular também foi incentivada e a política de Segurança Alimentar ganhou força, com os Restaurantes Populares e os Centros de Vivência Agroecológica, garantindo alimentação de qualidade e acessível.
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Fernando Pimentel deu sequência ao projeto petista em BH, ampliando a marca do Orçamento Participativo, com mais de mil obras concluídas. Ele liderou o maior programa de urbanização de vilas e favelas do país, o Vila Viva, e criou os shoppings populares, além de expandir parques e áreas verdes, como o Parque Ecológico da Pampulha e o Parque Primeiro de Maio.
BH enfrenta desafios
Infelizmente, após a saída do PT da prefeitura, muitas dessas políticas foram desmontadas ou abandonadas, impactando negativamente a cidade. Houve retrocessos sociais e ambientais, e BH perdeu força econômica e relevância política. No entanto, o conhecimento técnico acumulado ao longo das gestões petistas ainda sustenta, parcialmente, algumas dessas políticas, essenciais para as populações mais vulnerabilizadas.
Hoje, Belo Horizonte enfrenta novos desafios que exigem soluções criativas e articulação entre o setor público, o setor privado e a sociedade civil. O PT tem um papel fundamental nesse processo, trazendo sua tradição de criação e reinvenção de políticas públicas para garantir que o poder público atue em benefício da população e promova uma cultura política participativa. O partido nasceu do povo, governou com o povo e tem o compromisso de resgatar BH como referência em políticas transformadoras.
Luiza Dulci é vereadora em Belo Horizonte pelo Partido dos Trabalhadores (PT), economista e doutora em sociologia. Constrói o Movimento Bem Viver MG e integra a rede de jovens economistas "Desajuste – Economia Fora da Curva".
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Leia outros artigos de Luiza Dulci em sua coluna no Brasil de Fato MG
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Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do jornal
