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Manoel Ramires

Moro e Dallagnol em lados opostos na eleição de Curitiba?

Experiência com 20 anos na área de comunicação como jornalista, redator, produtor, assessor de imprensa e assessor político, desenvolvendo a identi...
Sérgio Moro é filiado ao União Brasil, de Ney Leprevost, que aparece em terceiro nas pesquisas

O tabuleiro da eleição para a prefeitura de Curitiba teve movimentações importantes no começo da semana.

De um lado, o inelegível Deltan Dallagnol declarando apoio ao vice-prefeito Eduardo Pimentel. No outro, o senador Sérgio Moro ganhou capital político ao vencer a disputa em torno da manutenção de seu mandato. E, no meio, o prefeito Rafael Greca se envolvendo em polêmica sobre fake news em que até o ex-prefeito e pré-candidato Beto Richa tirou uma casquinha.

À parte disso tudo, o PT e Lula que ainda patinam se vão de voo solo ou apoiam uma candidatura.

E por que Moro e Dallagnol poderão estar em lados opostos nesta eleição? Os lava jatistas estão em partidos que disputam o pleito municipal. Dallagnol, que mais uma vez recorreu a Deus ao justificar sua escolha em favor de Eduardo Pimentel (PSD), é o líder do Novo, que detém duas cadeiras na Câmara Municipal e pretende ampliar sua bancada. Mesmo sem poder ser candidato por ter sido cassado, Dallagnol apareceu nas pesquisas e pontuava entre os primeiros.

Já Sérgio Moro é filiado ao União Brasil, partido de Ney Leprevost, que aparece em terceiro nas pesquisas.

O pré-candidato apareceu nos comerciais da sigla na semana passada criticando a gestão municipal do prefeito Rafael Greca, padrinho político de Pimentel. “Curitiba precisa recuperar a capacidade de ousar, de pensar grande, de ideias novas para soluções sustentáveis”, diz nas peças.

E, se de um lado o Palácio Iguaçu trabalha para essa campanha naufragar, de outro, Moro não tem nada a perder apoiando o candidato do seu partido. Uma possível eleição de Leprevost mostra que o ex-juiz fez a transição completa para a política, continua tendo forte reduto eleitoral na capital e ainda se capacita para disputar o governo em 2026.

Enquanto isso, o prefeito Rafael Greca deu margem para que o ex-prefeito Beto Richa tirasse uma casquinha dele e promovesse “saudades” de sua gestão. Ao comentar polêmica sobre inauguração de obra e fake news do prefeito, Richa lembrou que foi ele e seu vice, Luciano Ducci (outro pré-candidato), que criaram restaurantes populares.

No post intitulado “Prefeito, fake news se combate com verdade”, Richa puxou a orelha: “Por lapso ou esquecimento, o prefeito se confundiu com os números. A verdade é que dos cinco Restaurantes Populares de Curitiba, quatro foram construídos na minha gestão e do meu vice Luciano Ducci”.

À parte disso tudo está o PT. E a demora em decidir se vai de candidatura própria ou apoiar outros dois candidatos melhor colocados nas pesquisas, Ducci e Goura, pode acabar tirando o palanque de Lula no primeiro e, principalmente, em um segundo turno. A capital segue sendo hostil ao presidente e também não parece que ele morra de amores pela república.

Para piorar a situação, na última pesquisa o candidato em melhor posição à esquerda é o “ex-petista” Roberto Requião, que saiu do partido atirando e está em busca de voo solo.

*Manoel Ramires é jornalista

**As opiniões expressas nesse texto não representam necessariamente a posição do jornal Brasil de Fato Paraná

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