O senador Sérgio Moro (União-PR) mostrou que tem bandido de estimação. Em sua conta no Instagram, comparou o tempo de condenação do “agricultor” Jorginho Cardoso de Azevedo, com o caso de Elize Matsunaga, que esquartejou o marido. Em defesa de seu condenado de estimação, o ex-juiz da Lava Jato disse que solicitou “autorização ao STF para visitá-lo no complexo da Papuda, onde está preso por conta dos atos de 8 de janeiro”.
Em defesa de Jorginho Cardoso de Azevedo, o senador paranaense citou como atenuante a depressão do preso condenado em última instância e problemas na coluna que precisam de tratamento médico. Jorginho foi condenado há 17 anos. Veja o post aqui.
Sérgio Moro não contou aos seus seguidores o que diz a sentença proferida pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, sobre Jorginho Cardoso de Azevedo. Como por exemplo que, em sua defesa, o réu alegou inocência “por não ter indicado qual ação concretamente teria sido praticada pelo acusado, eis que a acusação se limitou a descrever o fato de forma genérica, sem apontar qual seria o ato praticado pelo acusado”.
Autos mostram invasão de Jorginho nos três prédios
Condenado foi preso no Palácio do Planalto. / Foto: Reprodução/ Processo/ STF
No entanto, nas 95 páginas da manifestação do ministro Alexandre de Moraes, são esclarecidos os motivos da condenação. Em um deles, o Ministério Público denunciou Jorginho por crimes multitudinários: “associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado”.
O condenado foi preso dentro do Palácio do Planalto, onde alegou estar apenas tirando fotos. Por outro lado, imagens de seu celular que foi apreendido identificaram que ele “além de invadir o Palácio do Planalto, local da sua prisão em flagrante, também invadiu Prédio-Sede do Supremo Tribunal Federal e há registros de ter subido na cúpula do Congresso Nacional”, diz a denúncia do MPF, que traz as imagens.
Segundo o ministro Alexandre de Moraes, portanto, ficou comprovado, tanto pelos depoimentos de testemunhas arroladas pelo Ministério Público, quanto pelas conclusões do Interventor Federal, vídeos realizados e postados pelo próprio réu e outros elemento informativos, que Joginho Cardoso de Azevedo, como AP 1430 / DF 51 participante e integrante da caravanas que estavam no acampamento do QGEx. naquele fim de semana e invasor de prédios públicos na Praça dos Três Poderes.
“Conforme vasta fundamentação previamente exposta, o réu dolosamente aderiu a propósitos criminosos direcionados a uma tentativa de ruptura institucional, que acarretaria a abolição do Estado Democrático de Direito e a deposição do governo legitimamente eleito”, fundamenta Alexandre de Moraes.
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**Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.