O debate no Flow Podcast terminou da pior forma e como muitos queriam: em confusão. Um candidato* provocou no último ato até ser expulso e seu assessor acabou agredindo o marqueteiro de outro. Estava formada a polêmica! Logo após a cena, a candidata Tabata Amaral, em entrevista, afirmou que tudo aquilo era uma m3rda e que estava p4ta da vida que todas as propostas e debates seriam esquecidos no dia seguinte. E foi o que aconteceu!
A vulgarização da cena política é de responsabilidade da sociedade e, principalmente, da imprensa. Ela, a mídia, escolhe o que reportar, seleciona o que deve ser notícia. E o jornalismo escolheu a “audiência” ao invés da informação.
O debate, até aquele momento, tinha tido troca de acusações, ironias e algumas fake news. Mas também houve uma discussão sobre a cidade. Principalmente porque as perguntas eram feitas por “pessoas comuns” e nas ruas. Neste sentido, transporte, cultura, meio ambiente, saúde, educação e segurança eram abordadas com um rosto, com a face dos trabalhadores. E nesta roupagem, Tabata Amaral tinha se saído bem. Falou dos temas que foi perguntada ou convidada a comentar. Apresentou propostas. Não só ela, mas as outras campanhas também.
E tudo foi por água abaixo após a cena do candidato sem propostas, mas que sabe manipular as redes sociais e a imprensa. Observando o dia seguinte e os posteriores, ele conseguiu chamar atenção. P4ta m3rda, diria Tabata.
A crítica, por sua vez, se estende à imprensa. Ela tem optado por dar enfoque à polêmica. Houve tempos em que o jornalismo tinha equipes para checar se a informação era verdadeira e até para analisar os planos de governo. Esse era o destaque da cobertura em 2020 e 2022. Hoje, o que importa é quem faz o corte mais rápido e legal da discussão que trocou propostas por ofensas.
*A coluna de opinião optou por não citar o nome de candidato que busca polêmica vazia
Assista o trecho do debate no vídeo abaixo.
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**Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.
