Saímos do Mapa da Fome. Na prática, isso significa que menos de 2,5% da população brasileira vive em risco de subnutrição ou de falta de acesso à alimentação suficiente. Esse é mais um feito do governo Lula, que após três anos de muito compromisso e políticas públicas, conseguiu tirar nosso país da grave situação de fome em que Bolsonaro nos colocou em 2021.
Ainda na campanha presidencial, Lula prometeu que tiraria o nosso país do Mapa da Fome. Naquela época, vivíamos um dos piores momentos da história recente: saindo de uma pandemia, com um alto custo de vida, muitas famílias amargavam a falta de perspectiva e o luto por amigos e parentes que não tiveram a possibilidade de salvar suas vidas durante o desgoverno Bolsonaro. Além disso, mais da metade da população brasileira convivia com a insegurança alimentar em algum grau e mais de 33 milhões de pessoas não tinham o que comer.
Foi esse cenário de desesperança que o presidente Lula encontrou quando eleito para o seu terceiro mandato. Mais que união e reconstrução, a missão de Lula era de fazer nosso povo voltar a sonhar com dias melhores após quatro anos nefastos. E ele está fazendo um bom trabalho. Nossa saída do Mapa da Fome só foi possível através do Plano Brasil Sem Fome, que tem várias ações em diferentes frentes, que vão desde políticas de distribuição de alimentos para grupos vulneráveis até o aumento do acesso à renda para as famílias.
Uma das políticas que o governo implementou é, inclusive, fruto da solidariedade dos movimentos populares na pandemia. Desde 2020, diversos movimentos encamparam a solidariedade como pauta no momento mais grave da pandemia, distribuindo alimentos para quem atravessava o lockdown. Aos poucos, a doação de marmitas se transformou na organização de cozinhas solidárias, que constroem nas periferias até hoje a solidariedade ativa e que continuam funcionando com o fomento de políticas do Governo Federal. Hoje, através do Programa Cozinha Solidária, mais de 2 mil cozinhas estão em funcionamento em todo o país.
Claro, ainda temos muitos desafios para erradicar a fome no Brasil, além de toda uma luta que travamos em torno não apenas do acesso aos alimentos, mas de questionar a qualidade desse alimento que é oferecido ao nosso povo. A questão dos agrotóxicos, transgênicos e ultraprocessados deve ser encarada com seriedade quando falamos de alimentação saudável e de qualidade. Mas, num país em que o fantasma da fome espreitava grande parte da população, cada avanço deve ser comemorado.
Josué de Castro já dizia que a fome era um projeto político. Ela não é resultado da falta de alimento, mas da falta de vontade política dos governantes em promover dignidade para o povo. Uma população faminta aceita qualquer coisa, se desumaniza, isso quando não perde sua dignidade em troca do que comer. E muito interessa às elites uma população faminta, sem perspectiva de vida e, portanto, manipulável.
Durante o governo Bolsonaro vimos a fome como projeto político na prática: um governo que destruiu as políticas sociais, muitas delas de combate à fome, fazendo com que os mais pobres pagassem a conta da crise econômica causada pelos ricos.
Se a fome é um projeto político, combatê-la também é. No âmbito federal, estamos avançando, mas no estado podemos avançar ainda mais para combater a insegurança alimentar e nutricional.
Para além dos programas que impactam de forma direta as populações mais vulneráveis, como as cozinhas e outras iniciativas de doação de alimentos, podemos adotar uma medida que beneficiaria toda a população: a isenção do ICMS , o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços, sobre os itens da cesta básica. Estamos em campanha para pressionar o Governo de Pernambuco a zerar este imposto e garantir comida barata na mesa do povo pernambucano.
Debater o combate à fome no país é debater nossa soberania, porque não existe soberania sem segurança alimentar. Digo isso porque nas últimas semanas o tema da nossa soberania ficou em alta com a taxação e os ataques de Trump. Mas a soberania vai além do orgulho de ser brasileiro. Soberania é autodeterminação, segurança alimentar, instituições fortes, natureza preservada… e tudo isso depende de decisões políticas.
Se temos um governo comprometido em combater a fome, as desigualdades sociais e em construir um país mais justo, é porque lutamos para que esse projeto, eleito democraticamente, seja implementado e possamos ter um país livre da fome e com soberania alimentar. Sigamos, lutando e construindo um país de esperança para o nosso povo!