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Rubinho Giaquinto

Crônica | Troço pra comer

Músico, escritor e militante do coletivo Solidariedade Cidadã.
Mineiro de Belo Horizonte gosta de tomar banho muito quente até no calor

Você só descobre que é mineiro de verdade quando viaja e está em outro estado. Nosso sotaque é reconhecido logo no primeiro segundo.

É verdade que o resto do povo brasileiro tem um carinho bem peculiar com sotaque dos mineiros. Numa pesquisa sobre o modo de falar dos brasileiros, o sotaque mineiro ficou em primeiro lugar como o mais simpático. Fernando Sabino diz que mineiro fala pouco e escuta muito. Fala que não sabe aquilo que sabe. Mas o mais interessante que ele falava eram duas características muito peculiares:

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Mineiro de Belo Horizonte gosta de tomar banho muito quente até no calor. Outra coisa é que mineiro não gosta de acender as luzes de casa.

Na minha casa, a minha esposa acendia todas as luzes, eu vinha logo atrás e apagava. Um dia, cheguei em Belo Horizonte e estava muito escuro às quatro da tarde, e observei todas as luzes apagadas. Virei para o Hélio Pellegrino e disse: “Hélio, já estamos na nossa terra”.

Tenho um amigo muito rico e muito pão-duro também. Num domingo de feriado, com quase tudo fechado, ele me enviou uma mensagem:

– Fala, coisa estranha!

– Fala, feioso!

– Tô numa fome danada. Cê num tá, não?

– Tô, coisa horrorosa!

– Vamo onde?

– Uai! Cê quer ir onde, feioso?

– Qualquer lugar. Quero comer qualquer troço.

– Beleza.

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– Só num pode ser um troço muito caro.

– Caramba, deixa de ser pão-duro. Vamo no Bolão.

– Tô passando aí rapidim, coisa estranha.

– Falô, coisa feia!

 

Rubinho Giaquinto é covereador da Coletiva em Belo Horizonte.

Este é um artigo de opinião e a visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal

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