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Porto Alegre

Adeli Sell recorda as crônicas e as histórias do jornalista Archymedes Fortini, devoto de Santo Antônio

Lançamento do livro e autógrafos será nesta quarta-feira (16) no Chalé da Praça XV 

14.out.2024 às 21h34
Porto Alegre (RS)
Eugênio Bortolon

Adeli Sell - Ederson Nunes/CMPA

Pouca gente lembra hoje quem foi ou o que significou para Porto Alegre o jornalista Archymedes Fortini. É uma figura maiúscula da nossa história, mesmo que esteja esquecido pela cidade. O professor, escritor, bacharel em Direito e vereador Adeli Sell se debruçou sobre a história do jornalista e lança nesta quarta-feira (16), às 18h30min, no Chalé da Praça XV, o livro “Archymedes Fortini – Crônicas Selecionadas”. 

Fortini, quem diria, era africano de Argel, capital da Argélia, filho dos italianos Rainieri e Chiara. Nasceu em 1887 e por razões políticas, a família chegou a Porto Alegre em 1899, fugindo das inquietudes sociais que existiam no seu país de origem. Passou por outros lugares antes de chegar no Rio Grande do Sul em 1899. Morreu com 85 anos, no dia 13 de junho de 1973, dia de Santo Antônio, o seu santo protetor, um mês antes de completar 86.

Conheci Fortini em 1971, logo depois da aprovação no vestibular de Jornalismo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Um grupo de ‘bichos’ foi até o prédio do Correio do Povo, no Centro Histórico, gritou o nome dele, até o jornalista aparecer na sacada e saudar a turma. Adeli era amigo das netas do jornalista, Alzira e Teresa, e ficou envolvido com a importância da sua figura quando estava estudando e escrevendo sobre os logradouros de Porto Alegre, até que se deparou com o Largo Archymedes Fortini.

“Fui conferir com as netas e fiquei sabendo da rica trajetória desta pessoa, uma pessoa ímpar de Porto Alegre. Ele trabalhou 65 anos no Correio do Povo, foi provedor da Santa Casa, do Hospital da Criança Santo Antônio, fez campanha para angariar recursos para a Catedral Metropolitana, Pão dos Pobres, ao Monumento do Expedicionário e era um devoto especial de Santo Antônio”, diz Adeli.

A partir da rica biografia de Archymedes, Adeli foi armazenando material até se dar conta que tinha potencial para um livro. “Peguei os quatro livros de crônicas dele, fui lendo uma a uma, selecionando as mais importantes e não datadas. O livro estava pronto”, recorda o vereador.

Onde é o Largo Archymedes Fortini

“O CEP é 90040-010. A pista de rolamentos da Rua Sarmento Leite se interrompe na altura da Faculdade de Medicina da UFRGS, passa por debaixo do Viaduto Dona Leopoldina e continua como pista de rolamentos mais uma vez no outro lado da Loureiro da Silva, ali já sendo a Cidade Baixa. Neste espaço, ao lado do viaduto e da alça da Rua Carlos Guimarães que leva o fluxo de carros da Perimetral e adentra a João Pessoa pelo viaduto, restou um pequeno conjunto edificado e na sua frente um largo: este presta homenagem ao cronista e grande figura pública e benemérito de primeira grandeza Archymedes Fortini. Neste local há um monumento com um relógio da Masson, que tinha estado nas garagens dos Carris”.

Esta é a definição do largo nos arquivos da prefeitura. Também é citado o fato de que o cronista foi professor, taquígrafo na Assembleia, esteve na fundação da ARI – Associação Rio-grandense de Imprensa e foi um dos primeiros jornalistas esportivos de Porto Alegre. Em 1957 foi homenageado como “Cidadão de Porto Alegre” pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Muito escreveu e parte significativa da história dos italianos no estado saiu das suas reportagens. Um destaque na sua trajetória é que o seu livro “Porto Alegre Através dos Tempos” lembra também a sua participação na Comissão do Plano Diretor da cidade.

Jayme Copstein e Archymedes

O jornalista, radialista e escritor Jayme Copstein, foi contemporâneo de Archymedes Fortini no Correio do Povo e contou há muitos anos para o Coletiva.net interessantes histórias do amigo. Copstein morreu aos 89 anos em 2017. Confira:

“Conheci Fortini quando fui trabalhar no Correio do Povo, em 1968. Já passava dos 80 anos, mais de 60 deles trabalhando no velho "Róseo". Não fora para casa, para curtir a aposentadoria, porque não quisera.

Em 1945, ao comemorar o cinqüentenário do Correio do Povo, Breno Caldas achou que devia recompensá-lo pelos serviços prestados. As relações de Fortini com os banqueiros da época tinham sido decisivas para angariar o financiamento que preservou o jornal da falência, quando Caldas Júnior morreu em 1913.

No dia de Santo Antônio, do qual era devoto, Fortini foi chamado ao gabinete de Breno Caldas, para receber a notícia: seria aposentado com os vencimentos integrais e ganharia uma viagem à Itália, incluída no roteiro a tão sonhada romaria ao túmulo do santo da sua predileção.

Fortini só balbuciou um "obrigado" e voltou para a redação sem comentar nada com os colegas. Dali a instantes, o secretário da redação, Paulo de Gouvêa, avisou Breno Caldas que Fortini chorava copiosamente, debruçado em sua mesa, sem atender a ninguém.

Breno foi à redação e perguntou:

– O que há, Fortini?

A resposta foi um furacão. Fortini, que sempre tratava o diretor por senhor, levantou-se com o dedo indicador em riste e voltou ao "tu" dos tempos em que Breno Caldas era moleque e de vez em quando era trazido pela mãe para visitar o jornal.

– Tu não podes fazer isso comigo. Se teu pai fosse vivo, tu ias ver uma coisa?

Fortini, baixinho, Breno Caldas, de estatura elevada, a ameaça, vindo de baixo para cima, tornava a cena engraçada. A redação inteira parou, entre comovida e divertida, à espera do desfecho.

Breno Caldas, fingindo severidade, mal contendo o riso, disse entre dentes:

– Então, tu queres mesmo é trabalhar, não é?  

Fortini retomou imediatamente o cerimonioso "Sim, senhor, doutor Breno!".

"Pois bem", continuou Breno Caldas. "Vais trabalhar como nunca na tua vida. Primeira missão: Itália. Me traz uma reportagem completa sobre o túmulo de Santo Antônio. Ai de ti que tu não tragas. Olho da rua!"

Feliz da vida, Fortini respondeu solene: "Sim, senhor, doutor Breno!"

Na volta da missão trouxe o material que reuniu em livro – O poder da fé em Santo Antônio – após tê-lo publicado nas edições dominicais do Correio do Povo. E continuou trabalhando por mais 20 anos, até seis meses antes de morrer, em 13 de junho de 1973. Por coincidência, dia de Santo Antônio, o santo da sua devoção.”

Adeli Sell

O vereador Adeli Sell é uma das figuras emblemáticas da Câmara de Porto Alegre. Adeli Sell candidatou-se a vereador em 1996 e venceu, reelegendo-se em 2000, 2004, 2008 e 2016. Em 2023 retornou à Câmara de Vereadores, após decisão do Tribunal Regional Eleitoral. Durante 15 meses (2003-2004), esteve à frente da Secretaria Municipal da Produção Indústria e Comércio (SMIC), quando desenvolveu metodologia de trabalho no combate à pirataria, ao contrabando e à falsificação, além de inovações na área do Licenciamento, no trato com os servidores públicos, em ousadas articulações e parcerias com iniciativa privada, inter e intragovernamental, além da geração de trabalho e renda.

Não foi eleito em 2024. Estava entusiasmado com as batalhas que travaria na nova gestão sobre o Plano Diretor. Ele escreveu o seu drama na Rede Estação Democracia (RED). Um desabafo contundente. Veja:

“Aqui quem escreve é um “não eleito”. Vão dizer que é choro de “derrotado”. Nada disso, aos 71, não tenho mais idade para chorar sobre o “leite derramado”. A verdade é que um terço dos porto-alegrenses negou o processo eleitoral em 2024. Não importam as razões do absenteísmo, de todo modo foi rejeição à política.

Fiquei decepcionado com a votação que fiz, 2406 votos. Outrora, fiz quase 9 mil. Com menos amplitude de campanha. Os tempos eram outros. Neste momento não há espaço para “políticos intelectualizados, com visão abrangente de mundo, dotados daquele humanismo universal que Marx via como a essência superior dos seres”, escreve um amigo meu, que não é do PT. Aqueles tempos acabaram.

Com orgulho me considero um dos resistentes ao “domínio do particular, à visão fragmentada das coisas, da pequenez dos interesses de grupos”, usando os ditos do amigo. Recebi dezenas de recados e uma frase foi recorrente: “perdeu a cidade”. Há anos me preparo para a revisão do Plano Diretor. Estive novato na melhor de suas formulações em 1999, como estive em 2009. Queria estar agora. Não estarei. Lastimo por isso, não só pelo meu preparo, pois em minha volta há os melhores quadros do urbanismo local.

O que será da revisão? Pela força da direita mais radical, pelos amigos do Estado mínimo, pelos adoradores do Capital e das privatizações, salve-se quem puder, o que sobrará de nosso capital? Meu compromisso sempre foi com a verdade e com o livre debate. Agora, sem as amarras do parlamento, sem condições de concorrer mais uma vez, vou tentar trazer à baila todos os temas cruciais da cidade, como pensador.

Vou desagradar os segmentos majoritários da atualidade no parlamento, reflexo da sociedade. E sem “papas na língua” começo uma série de artigos nos quais falarei sempre e cada vez mais de nossa Porto Alegre. Por enquanto “nossa”; amanhã, não sei…”


Editado por: Vivian Virissimo
Tags: porto alegrerio grande do sul
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