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Programa Bem Viver: maior consumo de macarrão instantâneo é sinal de insegurança alimentar

Redução na renda da população faz com que famílias sejam obrigadas a optar com alimentos mais baratos e sem nutrientes

O salto nas vendas de macarrão instantâneo no Brasil no último ano demonstram um cenário preocupante sobre o acesso da população a alimentos de qualidade: devido a queda na renda das famílias, muitas pessoas perderam a possibilidade de comprar alimentos in natura, que tem uma variação de preços maior no mercado, e acabaram obrigadas a optar por alimentos mais baratos e sem valor nutricional. A situação aumenta o risco de doenças crônicas e desnutrição e obesidade.

“Muitas vezes o aumento do consumo dos ultraprocessados vem com a violação do direito humano à alimentação adequada. As pessoas adquirem esses produtos porque é o que dá para o dinheiro comprar”, disse a nutricionista Milene Pessoa, professora do Departamento de Nutrição, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em entrevista a edição de hoje (11) do Programa Bem Viver.

Dados do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, desenvolvido pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede PENSSAN), mostram que em 55,2% dos lares brasileiros as famílias não têm acesso pleno e regular a alimentos durante a pandemia. Os dados foram coletados em diferentes regiões do país, em dezembro de 2020.

As vendas de macarrão instantâneo no Brasil aumentaram tanto que a indústria de massas alimentícias estima que o faturamento do setor deve subir entre 5% e 10% este ano, impulsionado especialmente por esse tipo de produto. Em 2020, o segmento também cresceu impulsionado pela massa de origem japonesa e teve faturamento de mais de R$ 3 bilhões, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães e Bolos Industrializados (Abimapi).

“São alimentos ultraprocessados, ricos em sódio e gordura. Vários estudos mostram que consumo frequente traz danos para a saúde, não só relacionados ao aumento de peso, mas também com o surgimento de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, câncer e depressão”, pontua Milene. “Esse cenário pode trazer para a população a chamada dupla carga de má nutrição, que é quando coexiste na mesma população excesso de peso, mas também carências nutricionais, como desnutrição e anemia”.

Um mês para a amamentação

Na saúde, o mês de agosto é reconhecido como Agosto Dourado, dedicado à conscientização da importância e do incentivo ao aleitamento materno. Diversas questões estão envolvidas na amamentação e é necessário, cada vez mais, um diálogo aberto sobre o tema.

A saúde da mãe é um ponto importante quando se fala de amamentação, já que a prática ajuda a prevenir doenças, como câncer no endométrio. Para o bebê, o leite materno é o único alimento necessário nos primeiros seis meses de vida, já que ele contêm todos os nutrientes necessários para desenvolvimento do bebê.

O Agosto Dourado volta a atenção também para as mulheres que não consegue amamentar, por diversos motivos. A Fundação Pró-Saúde, que atua desde a década de 1960 no apoio à gestantes e mulheres que recém deram a luz, aponta que fatores físicos, sociais e emocionais podem interferir na amamentação.

Em alguns casos, no entanto, essas dificuldades podem ser manejadas, por exemplo em casos de o bebê ter dificuldade de agarrar a mama ou da mãe ter alguma dor específica no local. A organização reforça, no entanto, que é necessário ficar atendo se a dificuldade de amamentar está ou não relacionada com a chamada depressão pós-parto.

Mais Médicos

Nesta semana, completam mil dias de um anúncio que teve graves impactos na saúde brasileira: no final de 2018, logo após Jair Bolsonaro ser eleito presidente, o governo de Cuba anunciou o fim da parceria com o Brasil para o Programa Mais Médicos, devido as declarações de Bolsonaro sobre os profissionais que atuavam no programa que, nas palavras do governo cubano, foram “ameaçadoras e depreciativas”.

Com o fim da parceria, cerca de oito mil médicos voltaram para a ilha caribenha nas semanas seguintes e deixaram descobertas áreas periféricas e vulneráveis do Brasil, que até hoje carecem e profissionais da saúde.

A pandemia veio pouco mais de um ano depois do fim do programa e encontrou uma população sem acesso a tratamentos médicos e com a saúde mais debilitada, o que facilitou a ocorrência de casos mais graves de Covid-19.

Com umbu é melhor

Quando era criança, você comia umbu direto do pé? Muitas pessoas da região Nordeste do país têm essa memória da infância muito viva, já que a fruta é típica da região, e na época certa, cresce com fartura em diversos locais.

Para além do seu gosto marcante e um tanto azedo, a árvore do umbu, o umbuzeiro, é vistosa e extremamente elegante, com tronco curto e copa larga, semelhante ao formato de um guarda-chuva. Ela pode chegar a sete metros de altura e garante sombra para aliviar o calor.

Para além do valor simbólico, o umbu é rico em vitaminas e antioxidantes, importantes para ajudar a prevenir doenças. São muitas as formas de consumir o fruto, uma das principais é a umbuzada. Confira a receita no Programa Bem Viver.


Programa Bem Viver é transmitido diariamente na Rádio Brasil Atual, a partir das 11h / Brasil de Fato

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