Atingidos por Barragens

Doze integrantes do MAB são detidos pela PM no sudoeste do Paraná

Cerca de 300 pessoas ocupam o canteiro de obras da Hidrelétrica do Baixo Iguaçu para cobrar a retomada de negociações

Redação (PR) |
As 12 pessoas ficaram detidas por cerca de uma hora no escritório da empresa, e foram liberadas após a averiguação da PM constatar que não havia indícios de responsabilidade dos manifestantes no furto
As 12 pessoas ficaram detidas por cerca de uma hora no escritório da empresa, e foram liberadas após a averiguação da PM constatar que não havia indícios de responsabilidade dos manifestantes no furto - Lunélia de Souza

Na tarde desta sexta-feira (13), 12 integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB foram detidos pela Polícia Militar em Capanema, Sudoeste do Paraná, enquanto ocupavam o canteiro de obras da Usina Hidrelétrica (UHE) do Baixo Iguaçu. Desde às 11h, cerca de 300 pessoas ocupam o local para cobrar a abertura das negociações referentes aos direitos das 1025 famílias atingidas pela Hidrelétrica.

De acordo com Nivea Maria Diógenes, da coordenação estadual do MAB, a justificada para a detenção foi o boletim de ocorrência do furto de um rádio amador, registrado por um funcionário do consórcio Geração Céu Azul (formado pela Neoenergia e COPEL), que opera a obra. “A polícia foi bastante truculenta, nos xingou de ladrões”, relatou. As 12 pessoas ficaram detidas por cerca de uma hora no escritório da empresa, e foram liberadas após a averiguação da PM, por meio do sistema interno de câmeras da empresa, constatar que não havia indícios de responsabilidade dos manifestantes no furto.

Devido as circunstâncias da acusação, o Movimento suspeita que possa ter havido uma tentativa de intimidar a mobilização, que paralisa as obras da UHE. “O estado, em vez de assumir a sua responsabilidade e ser um fiador para garantir os direitos dos atingidos, agiu para criminalizar, amedrontar e inibir a luta das famílias”, lamentou Robson Formica, da coordenação do MAB.

Ocupação continua

No final da tarde de hoje, a empresa propôs que as famílias desocupem a área em troca da garantia de uma reunião no dia 29 de julho. “É muito tempo. Não podemos esperar mais. As negociações começaram em 2013 e até agora só tem reunião para marcar outra reunião. Não sai do lugar”, afirmou Nivea Maria Diógenes. Os atingidos negaram a proposta e garante que continuarão acampados no canteiro de obrar até que se abra negociação.

A pauta de reivindicação das famílias inclui a indicação das áreas para reassentamento; reajuste dos preço das terras para indenização – segundo o MAB, a defasagem dos valores apresentados pelo consórcio variam entre 23 e 30%-; a apresentação de Plano de Desenvolvimento e Plano Urbanístico para o local em que a população afetada será realocada; e a não utilização de violência policial contra as manifestações das famílias atingidas.

Até o fechamento desta matéria, a Polícia Militar de Capanema não retornou os pedidos de informações.

 

 

 

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