Cultural

Lápis no rap

Rapper curitibano lança single inspirado em canção do compositor paranaense Lápis, sucesso 1960 e 1970

Curitiba (PR) |
Com o álbum nas mãos, Marinho quer difundir a música paranaense entre os ouvintes de rap. "É uma música rica, mas pouco difundida entre a juventude", afirma
Com o álbum nas mãos, Marinho quer difundir a música paranaense entre os ouvintes de rap. "É uma música rica, mas pouco difundida entre a juventude", afirma - Divulgação

Misturar a batida do rap ao fandango, ao samba e ao reggae é o novo projeto de Marinho do Rap. O rapper curitibano, que trabalha em seu segundo álbum, quer resgatar músicos paranaenses pouco lembrados. De largada, o primeiro single é inspirado na canção ‘Onde ela mora’, de um dos maiores compositores do Paraná, Palminor Rodrigues Ferreira, o Lápis.

‘Onde ela mora / A lua nasce mais linda / A noite tem mais estrelas / No campo nasce mais flor’, é o trecho da composição de Lápis que permanece na releitura de Marinho. Na letra do rapper, este 'lugar' é a origem da mãe, trabalhadora vinda do campo para morar na cidade.

Com os desafios de um trabalho independente, o rapper diz que o esforço será de profissionalizar a produção, avançar na elaboração das letras e buscar parceira com artistas e bandas curitibanas. O disco completo deve estar pronto até o final de 2016. Com o álbum nas mãos, Marinho quer difundir a música paranaense entre os ouvintes de rap. "É uma música rica, mas pouco difundida entre a juventude", afirma.

1º disco

'Sempre Foi Assim' é o título do primeiro CD de Marinho, lançado em 2015. Gravado em casa, com poucas condições técnicas, o trabalho serviu para abrir portas e palcos. “A gente tinha propostas de shows fora, mas não tinha um trabalho na mão para poder vender e deixar uma semente plantada. Por isso gravamos num quartinho e botamos na rua”, conta o rapper, que tem 35 anos é morador do Vista Alegre. 

A Lápis

O garoto do bairro Mercês escreveu as primeiras músicas aos 11 anos, e aos 15 compôs 'Vestido Branco', um de seus maiores sucesso. Junto de Anadir, Daltron e Fernando Maluco, Lápis formou o Grupo Bitten IV e, após ser reconhecido pelo público curitibano, foi para o Rio de Janeiro. Lá, além dos palcos, o grupo ganhou espaço no rádio e na televisão. De volta a Curitiba, musicou a peça 'Funeral para um rei negro', em 1976, que fez grande sucesso nos teatros curitibanos. Morreu cedo, aos 36 anos (1942-1978), por problemas cardíacos.

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