Manifestações

Ministro interino da Defesa é recebido aos gritos de "golpista" na UFSC

Raul Jungmann participou do 9º do Encontro Nacional de Estudos em Defesa (Enabed), em Florianópolis

Florianópolis (SC) |
Manifestantes mantiveram cartazes erguidos ao longo de toda a conferência proferida pelo ministro interino
Manifestantes mantiveram cartazes erguidos ao longo de toda a conferência proferida pelo ministro interino - Valter Campanato/ Agência Brasil

A abertura do 9º do Encontro Nacional de Estudos em Defesa (Enabed), na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, foi marcada por manifestações contra o golpe. Manifestantes mantiveram cartazes erguidos ao longo de toda a conferência proferida pelo ministro interino da Defesa, Raul Jungmann e, ao final de sua fala, parte da plateia, de cerca de 500 pessoas, gritou palavras de ordem como ”Fora Temer" e "Golpista". 

O evento é organizado pela Associação Brasileira em Estudos de Defesa (ABED) e ocorre de 6 a 8 de julho. Pesquisadores, militares, políticos e funcionários da administração pública participam do encontro.

"A gente está num estado de exceção, em um governo onde você tem uma série de desmandos [...]. Aqui fica evidente que setores influentes da sociedade civil parecem estar coniventes com este tipo de farsa que vivemos", avalia um dos participantes da manifestação, Danillo Bragança, doutorando em Ciência Política na Universidade Federal Fluminense.

Antes da palestra do ministro, Alexandre Fuccille, presidente da ABED, e Luis Carlos Cancellier de Olivo, Reitor da UFSC, fizeram questão de saudar a presença do ministro. "Tentam dar um tom de normalidade, como se isso [o golpe] fosse algo absolutamente natural, e não é", afirma Bragança. "É muito ruim ver uma associação que é importante para a sociedade civil, que nasce da necessidade de discutir os temas militares, temas importantes para a sociedade civil, receber um ministro interino e golpista".

Fraude, peculato e corrupção

Raul Jungmann, ex-deputado pelo PPS, foi investigado por fraude em licitação, peculato e corrupção em contratos de publicidade da período em que foi ministro do Desenvolvimento Agrário, entre 1998 e 2001, durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Os contratos investigados somavam cerca de R$ 33 milhões. O inquérito foi arquivado pela Justiça Federal em 2011, com a justificativa de que qualquer decisão não implicaria em cumprimento da pena, pois um dos crimes havia prescrito e o mesmo ocorreria com os demais.

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