Liberdade de expressão

Em três dias, dois comunicadores foram assassinados no México

Segundo a Ciap- Felap, o número de profissionais da comunicação mortos no México em 2016 já chega a 13

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Protesto contra a violência aos comunicadores em Xalapa, no México, no início deste ano
Protesto contra a violência aos comunicadores em Xalapa, no México, no início deste ano - Reprodução

Os comunicadores Aurelio Campos, repórter e diretor do semanário El Gráfico, da Serra Norte do estado de Puebla, e Agustin Pavia Pavia, professor, advogado e locutor da rádio comunitária Tu Un Ñuu Savi em Huajuapan de León, no estado de Oaxaca, foram assassinados entre os dias 15 e 17 de setembro, engrossando as estatísticas de comunicadores assassinados no México.

Somente neste ano, 13 comunicadores foram mortos no país, segundo a Comissão Investigadora de Atentados a Jornalistas, da Federação Latino-Americana de Jornalistas (Ciap-Felap).

Diversas organizações classificam o México como um país “não livre” para exercer o jornalismo e a defesa dos direitos humanos. A Federação de Associações de Jornalistas Mexicanos (Faparmex), o Clube da Imprensa e a Falap-México indicam que, desde 1983, aconteceram 252 crimes contra a liberdade de imprensa e expressão, dos quais 222 foram contra jornalistas, oito contra trabalhadores de imprensa, 13 contra familiares, três contra amigos de jornalistas e três contra acompanhantes de jornalistas.

Segundo Emmanuel Colombié, responsável pelo escritório da organização internacional Repórter Sem Fronteiras da América Latina, o "México está se tornando um cemitério de jornalistas".

"As autoridades mexicanas locais e nacionais devem reforçar urgentemente os dispositivos de alerta e proteção aos jornalistas, assim como prover à Justiça os meios para que se identifique rápida e sistematicamente os autores intelectuais destes crimes", manifestou.

Segundo a Ciap-Felap, 30 jornalistas e trabalhadores da comunicação foram assassinados em seis países da região somente neste ano: 13 no México, sete na Guatemala, quatro em Honduras, quatro no Brasil, um em El Salvador e um na Venezuela.

Edição: Camila Rodrigues da Silva
 

 

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