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Argentina recupera mais um neto desaparecido durante a ditadura militar

Gustavo Menna, nome com o qual foi procurado nos últimos quarenta anos, é filho de Domingo Menna e Ana María Lanzilotto

Brasil de Fato | com informação do Notas.org* |
Avó das Praças de Maio é uma associação que busca os netos desaparecidos durante a ditadura cívico militar na Argentina (1976-1983)
Avó das Praças de Maio é uma associação que busca os netos desaparecidos durante a ditadura cívico militar na Argentina (1976-1983) - Notas.org

Na tarde da última segunda-feira (3) foi divulgada a notícia de que as Avós da Praça de Maio, da Argentina, recuperaram mais um neto desaparecido durante a última ditadura cívico-militar (1976-1983). “O resultado saiu no sábado, e ele já foi notificado”, afirmou Estela de Carlotto, presidenta da Associação.

Carlotto relatou que se trata de um homem de 40 anos e que nunca tinha suspeitado de sua identidade, até que a Comissão Nacional de Identidade (CONADI) o contatou para lhe informar que seus dados demonstravam que ele era um dos 121 netos apropriados pelos militares. 

O homem se apresentou espontaneamente na CONADI para fazer análises de DNA e confirmar a sua verdadeira identidade. Carlotto contou que seus avós já morreram, mas o homem tem um irmão e outros familiares.

Gustavo Menna, nome com o qual foi procurado nos últimos quarenta anos, é filho de Domingo Menna e Ana María Lanzilotto. Eles tinham se conhecido em Córdoba em 1972. Ela era de La Rioja –noroeste argentino- e ele italiano, mas radicado desde criança em Tres Arroyos, província de Buenos Aires.

Domingo – Mingo ou Gringo, como era apelidado - tinha uma larga trajetória como dirigente na esquerda argentina. Em 1973 participou da reorganização do Partido Revolucionário do Povo (PRT) e do Exército Revolucionário do Povo (ERP) como membro da direção do partido e do comitê central, atuando também como Secretário Geral da Organização.

Em 1974, Ana María e Domingo se casaram, mudaram para Buenos Aires e tiveram seu primeiro filho, Ramiro. No dia 19 de julho de 1976, após quatro meses do início da última ditadura na Argentina e já na clandestinidade, enquanto realizavam uma reunião com outros membros do comitê central, sofreram uma emboscada do Exército.

Entre os membros do comitê reunidos estavam Mario Roberto Santucho, sua companheira Liliana Marta Delfino, Benito Urteaga e seu filho José, de três anos. Santucho e Urtega morreram no enfrentamento Liliana e Ana María foram detidas e torturadas. Ana María foi conduzida ao centro clandestino de detenção conhecido como “el Campito” onde nasceu Gustavo. Após o parto, eles foram separados e Ana Maria ainda permanece desaparecida. 

O Secretário Geral Domingo Menna conseguiu escapar dessa emboscada, mas foi capturado posteriormente. Ainda não se sabe as datas certas, mas desconfia-se que seu corpo tenha sido jogado no mar.

* Com informações do Notas.org 

Edição: José Eduardo Bernardes

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