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Caiu a máscara do candidato Crivella

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Na reta final da campanha, Crivella mudou de tom e partiu para a utilização de mensagens raivosas
Na reta final da campanha, Crivella mudou de tom e partiu para a utilização de mensagens raivosas - Divulgação
Crivella demonstrou que parte para agressão pequena quando se sente acuado

Caiu a máscara de bom moço do candidato a prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella (PRB). Bastou o público tomar conhecimento de suas mensagens como bispo de Igreja Universal do Reino de Deus, que ele se diz licenciado, para ficar clara a sua verdadeira face que tentou de todas as formas esconder apresentando-se com voz mansa com o objetivo de enganar desavisados.

Visivelmente irritado porque a verdade apareceu e resultou no enfraquecimento de sua candidatura, como refletem as mais recentes pesquisas, Crivella mudou de tom e partiu para a utilização de mensagens raivosas e acusando o seu competidor de ter vínculos com black blocs*, ser bolivariano  e apoiador de Fidel Castro e Nicolas Maduro.

Depois de chamar Marcelo Freixo de bolchevista, o ofendeu de nazista. Ao utilizar antigos chavões da direita defasada no tempo e no espaço, Crivella demonstrou também que não domina conceitos da história, porque fica difícil acreditar que o seu concorrente seja bolchevista e nazista. Poderia ser uma coisa ou outra, se fosse o caso. Mas não é, claro. A ofensa deve ter atendido sugestão de seu apoiador Bolsonaro.

Crivella apenas demonstrou que é um político arcaico e parte para agressão pequena ao se sentir acuado. Antes de fazer acusações infundadas, facilmente contestáveis, Crivella deveria explicar as suas pregações como pastor da Universal, desde aconselhando seguidores a fazer finanças, até cantar em defesa de um outro colega pastor que chutou a imagem de uma Santa, em flagrante desrespeito a uma outra religião, a Católica, que ele também criticou duramente como pastor.

Na verdade, caiu a máscara de Crivella. Ao prometer mundos e fundos aos eleitores, ao estilo de outros políticos tradicionais enganadores, que fazem isso quando correm atrás dos votos, depois dele aparecer entoando as suas mensagens de pastor ficou mais do que claro a sua falta de sinceridade. Crivella tinha dito que era jovem e não tinha maturidade quando apresentou em livro sobre seus tempos de pastor missionário na África.

Escreveu o tal livro quando tinha 42 anos, não porque era jovem, como justificou ao pedir desculpas, mas porque de fato defendia (e defende, agora de forma escondida) os valores colonialistas de ocidentais que arrasaram o continente africano. Essa é a realidade que, por mais que queira, não tem mais condições de esconder.

Por estas e outras, ao afirmar agora que não tem nada contra outras religiões e os homossexuais, a opinião pública começou a perceber quem é realmente o candidato Marcelo Crivella.

Ele diz que se for eleito não vai governar com os aliados que o apoiam, tampouco dará espaço para os seguidores da Igreja Universal. Quem garante? Os fatos estão a demonstrar claramente que no discurso ele é capaz de tudo, só que a sua prática faz cair por terra o que afirma agora.

Esta é a realidade do momento político do Rio de Janeiro quando faltam pouco menos de 10 dias para a realização da votação do segundo turno.  É possível que mais verdades sobre Crivella apareçam e possivelmente o candidato sairá em resposta com mais ódio ainda contra o seu rival Marcelo Freixo (Psol).

Resta agora aos cariocas darem uma resposta de uma vez por todas. É preciso confirmar também que o Estado brasileiro deve continuar sendo laico.

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