Integração

II Assembleia da Alba reunirá movimentos sociais de toda a América na Colômbia

O encontro, que acontecerá de 1 a 4 de dezembro, contará com a participação de mais de 30 países

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Cartaz de divulgação da II Assembleia da Alba
Cartaz de divulgação da II Assembleia da Alba - Divulgação/ Alba Movimientos

Movimentos sociais de toda a América se reunirão de 1º a 4 de dezembro em Bogotá, na Colômbia, na II Assembleia Continental da Aliança Bolivariana Para os Povos de Nossa América (Alba). O encontro debaterá a integração entre os movimentos, o atual momento político e econômico da região, além de planos de ação para o próximo período.

“No último ano, temos nos preparado intensamente para nossa II Assembleia Continental, e é impossível não dizer que essa preparação se dá em um contexto regional bem diferente do de maio de 2013, quando se realizou a primeira. Hoje vivemos uma contraofensiva do imperialismo sobre nossos povos, nossos territórios e sobre os governos progressistas”, afirma Paola Estrada, integrante da secretaria da Alba-Movimentos.

Segundo ela, essa ofensiva se materializou com os golpes de Estado em Honduras, em 2009, no Paraguai, em 2012, e, mais recentemente, no Brasil, em 2016. Além disso, após a morte do ex-presidente Hugo Chávez, o governo da Venezuela passou a sofrer constantes ataques, que estão sendo enfrentados desde então por Nicolás Maduro, o atual presidente.

“No entanto, esse momento de crise não nos desanima. Pelo contrário: está cada vez mais clara a necessidade de construção de uma articulação que paute as mobilizações de massas nos países, que levante bandeiras internacionalistas de caráter anti-imperialista, antineoliberal e antipatriarcal, e que também tenha um Projeto de Integração Popular que parta dos povos e de suas organizações”, diz a militante.

Com as palavras de ordem “Pela paz e a soberania de nossa América! Unidade, luta, batalha e vitória!”, a Assembleia reunirá representantes de movimentos sociais de mais de 30 países.

Do Brasil, estarão, entre outros, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Movimento pela Soberania Frente à Mineração (MAM), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Nacional de Negros e Negras (Unegro).

Sede

Em 2013, a I Assembleia foi realizada na Escola Nacional Florestan Fernandes (Enff), em Guararema (SP). A escolha do país-sede deste ano teve como objetivo “combater o imperialismo norte-americano sobre a região”.

“A Colômbia tem hoje um papel muito importante para a expansão do imperialismo em nosso continente. O estado colombiano é hoje a Israel na América, literalmente. Sua doutrina militar, implementada nos anos 1980, é a mesma que se vem utilizando para dominar nossos povos no resto do continente, e passa por leis, reformas policiais e práticas paramilitares vinculadas com o narcotráfico, mascaradas como simples crime organizado. A Assembleia da Alba é uma expressão de denúncia, de resistência e de força em um dos pontos estratégicos do império”, diz Carlos Ramirez, membro da Alba na Colômbia.

Para Ramirez, um evento como esse contribui para a conquista da paz na Colômbia e, consequentemente, de todo o continente. “Precisamos que os protestos e a resistência não aconteçam de forma isolada e não fiquem como lutas independentes, porque o inimigo é um só”, afirma.

Alba Movimentos

A Alba surge como um movimento contrário aos acordos de comércio livre, como a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), uma proposta de mercado comum para as Américas, que foi defendida pelos Estados Unidos durante a década de 1990.

Assim, a organização representa uma tentativa de integração econômica regional, que não se baseia essencialmente no livre comércio, mas em uma visão de bem-estar social e de mútuo auxílio econômico.

“Alba é uma escola de experiência, onde nos complementamos e potencializamos nossas diferenças e particularidades. É a celebração de caminhar juntos e juntas. De saber que não estamos sozinhos nesta luta e que, em meio a tanta morte, esta grande árvore da vida que chamamos de Nossa América tem muitas muitas raízes que se encarregam de alimentar e nos sustentar com força. Somos um emaranhado de raízes”, acredita Ramirez.

Edição: Camila Rodrigues da Silva

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